As medalhas na vida – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

04/07/2024 - 06:07

 

Grosso modo, é incompreensível a manchete que vem a seguir. – “Saúde mental dos atletas olímpicos é uma questão cada vez mais relevante”. Veja bem, atletas olímpicos, mas não todos. Os que estão encrencados emocionalmente são os “solitários”, os que disputam medalhas por eles mesmos, não jogam em grupo. Antes de ir adiante, lembro que os minguados da vida, os pneus furados da vida, costumam ir aos estádios de futebol como torcedores e arrumam brigas, xingam o árbitro, pintam e bordam, mas… Estão em grupo. Sozinhos os vagabundos não enfrentam uma galinha. Vagabundos covardes. Os atletas olímpicos hoje são muito mais conhecidos e celebrados do que o eram no passado. Um tenista, uma ginasta, um velocista, um nadador, disputam sozinhos. Pressão total sobre suas cabeças. Se venceram, venceram sozinhos, por mérito indivisível. Já nos esportes coletivos todos jogam “divididos”, a vitória ou a derrota não é de ninguém em particular, logo, é possível relaxar, não é mesmo, Neymar? No passado, as Olimpíadas eram jogos quase escondidos, poucos tinham interesse de saber dos resultados. Hoje não, hoje a coisa é vista na palma da mão, a pressão sobre os atletas é de 100%, não há como escapar senão vencendo, ganhando medalha de ouro. De ouro, prata não vale nada, prata é medalha de perdedor. Poucas são as cabeças que resistem, mas… Isso vale para nós. Por que os blocos de carnaval são um sucesso? Porque nos blocos o sujeito pode ser “sem censura” o que ele gostaria de ser na vida… E tudo começa pelas fantasias, as fantasias revelam o cara por dentro delas, ô, se revelam… Que tentem enganar a mãe Joana… Bom, mas como dizia, em nosso trabalho, se formos pessoa isolada, se nosso trabalho for objetivamente observado e cobrado, ah, não vai faltar uma inquietação emocional para nos tirar o sono. Claro, somos alvos dos olhos “cobradores”. Já no coletivo é relaxar e gozar. Mas fique muito claro, nenhum sucesso se compara ao sucesso pessoal, individual, conquistado pela própria pessoa. Claro, uma conquista encharcada de suor e obstinações, mas que vale a pena, vale. É por isso que os atletas olímpicos, os que disputam sozinhos, estão em surtos. Pudera!

 

BANHO

Ouvindo pessoas conversando sobre suas vidas diárias, ouço alguém dizer que não admite sair de casa pela manhã para o trabalho sem ter tomado banho. Tudo bem, correto. Sei, todavia, de casos de pessoas que passam o dia fora e “enforcam” o banho noturno, antes de ir para a cama com ele ou ela. Divórcio na hora para quem “enforca” o banho e depois vai para deixo das cobertas com ele ou ela. Credo, sai pra lá!

 

CRISE

Ouça isto, da entrevista do psicólogo Jonathan Haidt, da Universidade de Nova Iorque, ao The New York Times: – “Os registros de ansiedade entre adolescentes superaram os de adultos pela primeira vez na história em 2023”. E continuam fora de controle, digo eu. Razão? Redes sociais pútridas e famílias, pais e mães, ausentes, omissos, safados e sem pudor. Vamos de mal a pior, mas… A culpa é sempre de alguém lá de longe…

 

FALTA DIZER

A ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil está criando leis de punição de até um ano sem poder viajar aos vagabundos que criam badernas a bordo. Muitíssimos. São os pobres? Não, são vagabundos e ordinárias da classe média para cima. Pintam e bordam por qualquer razão. Ah, eu os queria no meu avião, iam se jogar sem paraquedas, gentalha!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.