O Ministério da Fazenda descartou a possibilidade de que um aumento no salário mínimo deixe de resultar em reajuste das aposentadorias e do BPC. A medida foi tomada sob orientação do ministro Fernando Haddad logo após entrevista do presidente Lula ao portal UOL. Lula declarou que “não vai para o céu” se abandonar a paridade do aumento destes dois benefícios com o reajuste do salário mínimo.
Durante a entrevista, Lula foi enfático: “Não considero isso gasto”. O BPC é um benefício no valor de um salário mínimo por mês pago aos idosos a partir dos 65 anos ou portadores de deficiência de qualquer idade que comprovem baixa renda.
A declaração do presidente fez a bolsa cair e o dólar subir. Também aumentou a pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que vem sendo cobrado a cortar de gastos. Diminuir despesas virou uma reivindicação de parlamentares do centrão.
Deputados reclamam que o governo se preocupa apenas em aumentar arrecadação e não acena em diminuir os gastos. O chamado pacto pelas medidas econômicas, personalizado na pessoa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi desfeito.
Existem também críticas de empresários. Durante um evento no Guarujá (SP), Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan, fez duras reclamações sobre o governo e foi aplaudido.
Haddad se defende dizendo que as projeções de inflação estão caindo. O ministro citou a prévia da inflação oficial, que desacelerou para 0,39% em junho, ante alta de 0,44% verificada em maio, conforme dados divulgados ontem pelo IBGE.