Militares tomam palácio presidencial da Bolívia

Reprodução/X

Por: Pedro Leal

26/06/2024 - 17:06 - Atualizada em: 26/06/2024 - 17:51

Militares armados e veículos blindados invadiram o palácio presidencial da Bolívia nesta quarta-feira (26), em meio a uma nova onda de instabilidade política no país.

O presidente do país, Luis Arce, falou em “mobilizações irregulares”, e o ex-presidente Evo Morales, em “golpe de Estado”.

As informações são do portal G1.

Algumas unidades do Exército foram vistas agrupadas em praças e ruas de La Paz também nesta quarta – o presidente boliviano disse que faria um pronunciamento à nação ainda nesta quarta.

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que rompeu com Arce no ano passado mas faz parte do mesmo movimento do atual presidente, afirmou tratar-se de um golpe de Estado.

Segundo Morales, um regimento do Exército colocou francoatiradores em uma praça de La Paz. [

O ex-presidente acusou o ex-comandante do Exército, o general Juan José Zuñiga, de estar por trás da mobilização, e convocou uma mobilização de seus apoiadores.

“Convocamos uma mobilização nacional para defender a democracia diante do golpe de Estado que o general Zuñiga está gestando”, disse Morales. “Não permitiremos que as Forças Armadas violentem a democracia e amedrontem o povo”.

Em comunicado, Zuñiga falou que “as coisas vão mudar”, embora não tenha confirmado o golpe de Estado.

“Os três chefes das Forças Armadas vieram expressar a nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim”, disse o general Juan José Zuniga a uma estação de televisão local.

O presidente de Honduras, atualmente na presidencia da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), também falou em golpe de estado e pediu uma reunião de emergência dos Estados membros — o Brasil é um deles. A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a movimentação e pediu respeito à democracia.

O país tem lidado com uma série de instabilidades políticas nos últimos anos. Em 2019, o terceiro mandato de Evo Morales foi interrompido por um golpe de estado pouco após ser reeleito no primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro, para um quarto mandato, que não tinha cobertura institucional.

Na sequência, Jeanine Áñez Chávez se autoproclamou presidente interina da Bolívia. Ela os apoiadores do golpe foram presos em 2021, junto com o excomandante do Exército boliviano Jorge Pastor Mendieta Ferrufino, que liderou o golpe em 2019, segundo a Agência Boliviana de Informação.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).