Enganações na vida – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

24/06/2024 - 07:06

Quem inventou a história do destino? Claro que foi um perdedor, quem ganha o jogo não diz que foi destino, diz que foi competência… Já os que deixam o sorvete cair dizem que foi o destino, uma força determinada a ferrar com ela. Destino é uma acomodação, afinal, se foi destino não havia como escapar… O que está escrito está escrito, não é o que dizem? Quem tem valor se garante sem crendices. Os humanos criam histórias para se enganar, como é o caso das religiões. A Igreja Católica, por exemplo, acabou de rever as questões históricas de “aparecimentos” de santos, lágrimas e sangue nos olhos de estátuas, tolices psiquiátricas que se estenderam ao longo do tempo e que foram muito bem acolhidas pelos que tinham (e têm) o que ganhar com esses “milagres”. A última manchete que veio de Roma diz claramente: – “Igreja evitará dar aval ao inexplicável”. Inexplicável sobre as tais visões e aparições de santos e santas. Na verdade, alucinações, psicopatologia. Percepção sem objeto é alucinação, caso clínico. Mesmo diante de todas as inseguranças na vida melhor é não jogar tudo nas costas do tal destino; o que nos for possível fazer, fazer. Quando der certo, deu certo, fizemos o correto e com a devida competência. Quando não der certo, fizemos errado ou a coisa era mesmo impossível. Fora disso, é crer numa energia formidável e universal, uma energia que é de todos os seres vivos, sem vieses nem proselitismos políticos ou religiosos. As enchentes que mataram e empobreceram mais ainda as pessoas pobres no Rio Grande do Sul não foram destino, foram acontecimentos possíveis em qualquer lugar, todavia… Esse qualquer lugar também tem que ser pensado, escolhido, haja vista que o que aconteceu no Rio Grande do Sul, a enchente, e que não afetou os ricos, não os empobreceu nem os matou. Por quê? Porque tinham, e têm, dinheiro, escolheram as áreas mais seguras, mais valorizadas, quer dizer, previram e evitaram um “destino” cheio de águas… A objetividade na vida é um escudo, a crença nos destinos da vida é danação. Melhor é lutar por boas causas e deixar o barco andar… Ele chegará ao atracadouro do dever cumprido, o melhor dos destinos.

COCEIRA

Quando era criança ouvi muita bobagem de adultos que me cercavam. Por exemplo, ouvia que coceira na mão direita era dinheiro que ia chegar, coceira na mão esquerda era dinheiro que ia sair, despesas inesperadas que iam aparecer… Ontem, mesmo sabendo que tudo o que ouvi eram crenças idiotas, quase perdi o sono tanto era a coceira que sentia na mão “esquerda”… E agora? Será? Como é que se tira da cabeça o que nos impuseram no período de molde da vida? A coceira continua…

JOGOS

Crianças… Não, adultos também. Jogos fazem parte dos lazeres da vida, mas não se podem transformar em vício, em loucura repetida dia após dias, como os ativados (comercialmente) jogos eletrônicos, os games que andam soltos por aí. Comprovadamente, esses jogos entopem a cabeça das crianças e dos adolescentes. Os adultos que se virem, são “velhos” o suficiente para saber das bobagens da vida. Adianta dizer?

FALTA DIZER

Interessante, mas… Sintomático. Em São Paulo, noivos estão pedindo ao padre que troque a frase – “até que a morte os separe” para “que seja eterno enquanto dure”. Brincadeira? Não creio. O pessoal hoje está casando já sabendo que o embuste, opa, o casamento não irá longe. Duvido que haja alguém a botar a mão no fogo em sentido contrário. Que horror!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.