O economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt, avaliou como positiva a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros em 10,25% ao ano, dentro do contexto de deterioração do cenário econômico no último mês, reflexo das questões fiscais e que levou a uma desvalorização do real frente ao dólar.
Para Bittencourt, a decisão do comitê foi acertada e a melhor notícia foi a unanimidade na manutenção da taxa Selic. Isso porque, segundo ele, reflete o compromisso do Banco Central com o controle da inflação e reafirma a sua independência, especialmente porque o presidente Lula vinha pressionando o BC a reduzir a taxa de juros.
O economista explica que o fato de os quatro membros do comitê indicados pelo atual governo votarem pela manutenção da taxa foi um sinal claro de que o Copom está levando em conta aspectos técnicos e sobretudo o controle da inflação, dando um sinal positivo ao mercado, que agora espera uma sinalização do governo em relação ao controle das despesas.
O comitê informou no comunicado divulgado após a reunião que vai acompanhar o controle do gasto público e seu impacto no câmbio no cenário brasileiro. E no ambiente externo, vai prestar atenção à inflação nos EUA e também o incremento dos preços de produtos importados aqui no Brasil. Bittencourt explicou que esses preços já vinham refletindo o incremento dos preços de fretes decorrentes de desvios de rotas marítimas por conta de conflitos no exterior, e que isso, aliado à desvalorização do real, poderia vir a pressionar ainda mais a inflação.
