Autoridades da segurança repercutem o fato de Jaraguá do Sul ser a cidade mais segura do Brasil

Tenente-coronel Kuze, coronel Arlene e delegado Eric comentaram o menor índice de homicídios para cada 100 mil habitantes do país | Fotos: Fábio Junkes/Arquivo OCP News

Por: Claudio Costa

20/06/2024 - 05:06 - Atualizada em: 20/06/2024 - 05:41

O Atlas da Violência 2024 mostrou mais uma vez que a segurança de Jaraguá do Sul está sob controle. O levantamento do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica aplicada) aponta que houve 2,2 homicídios para cada 100 mil habitantes na cidade. Esse é o menor índice registrado no país, a frente de cidades como Atibaia (SP), com 3,2 homicídios a cada 100 mil habitantes, e Botucatu (SP), que registrou 3,4 homicídios a cada 100 mil habitantes.

A reportagem do OCP repercutiu a notícia com autoridades da segurança pública da cidade. O comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel João Kuze, recebeu com alegria a notícia. Ele destacou relevância do indicativo para mostrar que as estratégias de policiamento estão dando certo e lembrou da importância da comunidade na manutenção da segurança na cidade.

“A população é extremamente importante, pois participa ativamente da ordem pública na cidade. Além da sinergia entre a PM e a comunidade, há policiais extremamente abnegados. São profissionais que, frente a qualquer circunstância, se comportam como guardiões da cidade. Eles são protetores do cidadão de bem. Eles não permitem que o crime se estabeleça em Jaraguá do Sul”, afirma.

“Temos crimes em Jaraguá do Sul? Sim, nós temos. Porém, temos uma tropa proativa e que não se abala diante de uma série de dificuldades, prestando um serviço de excelência. É uma alegria receber essa informação. Agora, com tantas premiações durante esses anos, nós temos a certeza que essa situação só atraiu mais pessoas de bem para a nossa cidade, interessadas em construir uma vida em uma cidade ordeira. Jaraguá do Sul é uma cidade para o cidadão de bem”, completa.

Para a comandante do 12º Comando Regional de Polícia Militar, coronel Arlene Sousa da Silva Villela, a manutenção do índice nos últimos anos é “como o aluno que continua a tirar dez no boletim da escola”. Segundo ela, o resultado fantástico é fruto de uma parceria entre as polícias, o poder público municipal e a sociedade civil organizada. Outro ponto a ser elencado sãos as redes de prevenção da Polícia Militar.

“Nós temos uma evolução, uma continuidade dos programas de prevenção da PM. O Proerd trabalha a violência nas escolas há 25 anos em Jaraguá do Sul. Com o tempo, nós criamos a Rede Catarina, que busca prevenir a continuidade do ciclo da violência contra a mulher, e a Rede de Segurança Escolar, que previne ataques nas instituições de ensino. São vários projetos que têm continuidade através dos esforços da PM”, frisa Arlene.

“A Prefeitura, a Associação Empresarial de Jaraguá do Sul e a Câmara de Dirigentes Lojistas têm apoiado o trabalho feito pela Polícia Militar na manutenção dos bons índices de segurança na cidade. Esses fatores acabam mostrando que esse resultado é uma construção de um esforço coletivo”, completa.

Investigação de homicídios

A média de homicídios em 2022 calculada pelo Ipea levou em conta quatro assassinatos, um deles considerado oculto, e o número de habitantes oficial da cidade, 182.660. Porém, o delegado regional Eric Uratani destaca que o número de habitantes provavelmente já estava maior. Segundo ele, o monitoramento feito por órgãos da Prefeitura aponta que há um grande número de famílias chegando em Jaraguá do Sul.

Eric afirma que a investigação dos homicídios é feita com prioridade absoluta. Ele afirma que a DIC (Divisão de Investigação Criminal) é a delegacia especializada para a investigação desses crimes, justamente os utilizados para realizar o ranking da qualidade na segurança pública e que levou Jaraguá do Sul a ser a cidade mais segura do Brasil.

“A gente vem solucionando os crimes de homicídio em praticamente a sua totalidade. Obviamente, acabamos ficando em dúvida em um outro crime, como o mencionado pela pesquisa. Além da resolução da autoria dos assassinatos, também trabalhamos na repressão a organizações criminosas, principalmente o tráfico de drogas, o que acaba inibindo esses crimes de homicídio”, ressalta Eric.

O delegado regional também destaca a queda de homicídios registrada na última década, quando o número de homicídios na cidade chegou a 14. Com a criação da DIC, houve uma diminuição dos assassinatos na cidade até chegar no atual patamar.

“Criamos essa unidade especializada para investigar crimes graves e os homicídios sem autoria estão entre as atribuições da DIC. Nós entendemos que chegamos a um patamar que consideramos de excelência, mas queremos melhorar mais. O ideal é não ter homicídios, mas melhoramos muito”, pondera.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.