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O alívio esquecido: a importância de cuidar da dor nos pacientes com câncer

Foto: Freepik

Por: Dr. Hugo Martins de Oliveira

18/06/2024 - 10:06 - Atualizada em: 18/06/2024 - 10:18

A dor é um sintoma comum entre pacientes que enfrentam o câncer. Esse sofrimento impacta profundamente a qualidade de vida, bem-estar e humor dos pacientes. Mesmo sendo frequente, a dor ainda é subtratada, deixando muitos sem o alívio necessário.

Para melhorar o cuidado com a dor, é essencial compreendê-la em sua totalidade. Mas como podemos definir a dor? Trata-se de uma experiência multidimensional que envolve percepções físicas, psíquicas, sociais e espirituais, sendo única para cada indivíduo.

Cuidar da dor exige empatia, muito além da simples simpatia ou de suposições arrogantes por parte de quem deseja ajudar. É necessário avaliá-la em todas as suas esferas com dedicação e tempo para compreender sua dimensão completa. Não se pode focar apenas no aspecto físico, pois a dor é um peso constante na vida do paciente, esteja ele dentro ou fora do hospital, impactando sua existência de maneira profunda.

O ponto crucial é cuidar do paciente de forma que seja possível aliviar a dor, especialmente em situações de terminalidade, onde a exacerbação da dor total é comum. Aliviar a dor requer atenção às suas raízes, validando o ser humano que a sente e trazendo para a realidade o entendimento dessa experiência, evitando somatizações que aumentam o sofrimento.

Embora as medicações sejam necessárias, é igualmente importante modular e graduar o tratamento, identificando os fatores que influenciam a dor e considerando o contexto social de cada paciente. É fundamental conhecer e entender o ser humano antes da doença, exercitando a escuta ativa e a sensibilidade para contribuir para o alívio do sofrimento global, reduzindo a fragilidade do paciente.

Reconhecer que há mais motivos para sentir dor além da doença é crucial. Avaliar possíveis intervenções dentro da história do paciente é vital, pois o relato pessoal é a melhor forma de entender sua dor. O sofrimento pode ser exacerbado por uma dor existencial e por aspectos desfavoráveis, dificultando o controle e o alívio da dor. Portanto, é necessário olhar além da doença para oferecer intervenções eficazes, novas estratégias e recursos de enfrentamento.

Interessar-se pelo paciente, construir um elo de confiança e abrir a porta para o relacionamento proporcionam alento e uma ótima relação de cuidado. Cuidar sozinho não é suficiente; é fundamental estabelecer uma rede de apoio para oferecer um cuidado digno e respeitoso, realizando intervenções com amor. Cuidar vai além da cura, envolvendo metas que visem restaurar a qualidade de vida e a autonomia do paciente.

Em resumo, quem ama, cuida. INSTITUTO OLIVEIRA

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