Lixo gerado nas enchentes do RS é maior do que o lixo produzido na guerra na Faixa de Gaza, diz pesquisa

Foto: Arquivo Pessoal/Agência Brasil

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

03/06/2024 - 13:06 - Atualizada em: 03/06/2024 - 13:48

O impacto da cheia no Rio Grande do Sul ultrapassa os números, mergulhando numa realidade preocupante de lixo. Segundo um estudo da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), já são 47 milhões de toneladas de detritos acumulados. Uma quantidade que supera até mesmo os resíduos gerados durante conflitos, como a guerra na Faixa de Gaza, conforme relata o g1.

Em meio a esse cenário, os trabalhadores da limpeza pública dos municípios gaúchos enfrentam jornadas árduas para limpar as ruas. Em Porto Alegre, por exemplo, 800 garis se dedicam diariamente para recolher o lixo, agora operando sete dias por semana, como compartilha o coletor de lixo Alexsandro Dias Capela Júnior.

A situação não é diferente em Canoas, onde 120 caminhões e 40 retroescavadeiras são mobilizados diariamente para a remoção dos entulhos das 70 mil residências afetadas. O secretário municipal de Serviços Urbanos de Canoas, Lucas Lacerda, descreve a magnitude do desafio, com praticamente casas inteiras ocupando as calçadas.

A prefeitura estima que, em média, o conteúdo de uma única casa enche um caminhão, resultando em quase 4 mil viagens até um ponto de transferência para um aterro em Gravataí. Além disso, diversas áreas de descarte foram estabelecidas no estado, facilitando a agilidade da limpeza e reduzindo os custos operacionais.

Em paralelo, iniciativas visam minimizar o impacto ambiental e explorar alternativas de reaproveitamento dos resíduos. A secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann, destaca a importância de identificar locais adequados para o recebimento dos diferentes tipos de materiais, visando sua segregação e possível reutilização no futuro.

O engenheiro Philipe Andando delineia parte do processo, destacando a destinação específica para móveis, madeiras e outros materiais. Enquanto isso, os resíduos inertes da construção civil são encaminhados para reciclagem, uma estratégia que vem sendo desenvolvida desde as cheias de 2023.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).