Ampliar a participação da indústria nacional entre os fornecedores das Forças Armadas, reduzindo a dependência de importação e fomentando o desenvolvimento de uma indústria nacional inovadora é um dos principais objetivos estratégicos do Ministério da Defesa. Neste cenário, Marinha, Exército e Aeronáutica apresentaram suas principais demandas de compras e aquisições para as indústrias participantes da SC Expo Defense, que a Fiesc realiza nos dias 16 e 17 de maio em Florianópolis.
MARINHA DO BRASIL
Na Marinha do Brasil, que conta com 70 mil militares, há demandas para alimentação, uniformes e infraestrutura. Entre os programas de destaque está o da fragata classe Tamandaré, do qual a indústria catarinense participa. Considerada de alta complexidade tecnológica, a construção das embarcações vai gerar 8 mil empregos.
São 100 mil componentes embarcados neste projeto. O primeiro navio está em construção em um estaleiro de Itajaí e deve ir ao mar em agosto para testes e ajustes. Seu lançamento ocorre em dezembro de 2025. Entre as oportunidades de fornecimento para este programa – que tem um ciclo de vida de 30 anos – estão válvulas, escadas, pranchas, blindagem e tubulações.
Outra iniciativa de destaque é o sistema de monitoramento em tempo real da chamada Amazônia Azul, que é a zona marítima econômica exclusiva do Brasil, uma área que corresponde a 4,5 milhões de quilômetros quadrados, sendo o equivalente à superfície da Floresta Amazônica. Há demandas por sensores, sistemas de comunicação e imagens via satélites.
EXÉRCITO
O Exército detalhou seu processo de compras e aquisições tanto para seu portfólio estratégico, que inclui 13 programas de capacidades militares, quanto para o plano de aquisições de itens da operação no dia a dia, feitas pelo Comando Logístico.
Dentro do portfólio estratégico, o Exército destacou a possibilidade de as empresas brasileiras participarem da cadeia de suprimentos e de manutenção de equipamentos em programas como o Forças Blindadas, que até 2040 vai adicionar 2,1 mil blindados à frota. As oportunidades estão no fornecimento de peças, baterias, serviços de manutenção e sistemas para que os equipamentos possam ser utilizados pelo maior prazo possível. Um dos benefícios para a indústria brasileira, no caso do desenvolvimento de uma peça para um dos blindados que são comercializados mundialmente, é a possibilidade de exportação, além de fornecimento para o Exército.
Considerando as aquisições de materiais de uso rotineiro, sob responsabilidade do Comando Logístico, os itens vão desde alimentos para as tropas, como arroz e feijão, até rações operacionais, além de equipamentos como câmaras frigoríficas e cozinhas de campanha. As compras previstas também incluem fardamentos, uniformes, roupa de cama e de banho, além de bandeiras e insígnias, por exemplo.
O Exército também tem previsão de aquisição de produtos de alto teor tecnológico, como helicópteros, armamentos, blindados, drones, sistemas e instrumentos de observação, entre outros.
AERONÁUTICA
Em sua apresentação, a Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou a expectativa de aquisição de produtos e serviços de R$ 3,47 bilhões. Desse montante, R$ 2,55 bilhões em serviços aeronáuticos e R$ 921 milhões em materiais. São 254 itens publicados no portal de compras do governo federal, dos quais 75% são serviços e materiais aeronáuticos, 18% combustível de aviação, 3% tecnologia da informação e 4% outros.
Entre os produtos e serviços para os quais a FAB busca um fornecedor estão desde antivírus corporativo a serviço de revisão em motores, equipamentos para infraestrutura de redes, material de proteção individual, pneus para frota de aeronaves, materiais de pintura, pistolas calibre 9 mm e materiais de consumo de informática.
Além dessas expectativas de compras, a FAB também conta com demandas para projetos específicos, como suporte logístico e manutenção de motores e equipamentos de aeronaves como o Super Tucano e o Bandeirante, com projeto de internalização de serviços e terceirização de reparos de equipamentos. Segundo a FAB, o objetivo é fomentar um equilíbrio entre a internalização de serviços e a participação da Base Industrial de Defesa nos seus futuros contratos.