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Sempre é tempo – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

10/05/2024 - 07:05

Ontem, conversando com dois amigos, um deles disse que tão pronto lhe sobrar um dinheirinho vai entrar numa “academia”, ele se sente gordo e com falta de ar de tanto andar parado. Dei-lhe um rápido conselho, tínhamos pouco tempo. Disse uma obviedade: “Cara, tu não precisas de dinheirinho para mudar a tua vida. Basta levantar mais cedo, sair para uma boa caminhada, sem desculpas para não fazer, comer menos e de modo mais saudável, essas coisas que todos sabemos”… O mais fácil deste mundo é arrumarmos uma desculpa para deixar para amanhã o que bem podemos fazer hoje, ou ter iniciado ontem. E dizendo isso, lembrei-me de um estudo feito pela Clinica Mayo, uma instituição americana de saúde das melhores do mundo. Os médicos e psicólogos dessa clínica fizeram mais uma pesquisa sobre velhice e solidão. Descobriram o óbvio, e mais uma vez, observando por dois anos 280 idosos. Como diz uma canção gaúcha, “velhice é um causo sério que a vida nos conta sem rir”… Pois é, mas temos que fazer a nossa velhice rir. Isso envolve algumas ações de consciência, afinal, quem não sabe que sem semear antes não vamos ter o que colher mais tarde? Um dos desesperos na velhice é a solidão, a falta de alguém ao lado ou por perto, pessoas confiáveis, amáveis, pessoas que fechem conosco e nós, é claro, com elas. Ter uma religião, sair de casa e encontrar gente parecida, fazer e receber ligações telefônicas, ter um propósito social na vida, o que exige outras pessoas por perto, enfim, coisas que sabemos, mas que só vamos nos dar conta de modo agudo quando o bicho da solidão estiver nos batendo à porta. E digo mais, há muita gente jovem sofrendo de solidão, haja vista a loucura dos jovens viciados, desnorteados e mesmo suicidas que andam por aí. Quem passou a vida só pensando em si mesmo vai ter problemas lá adiante, e esse lá adiante pode estar logo ali numa das esquinas da vida. Ser pessoa social sem desejos escusos, ser honesto, ajudar a quem precisa, ter sempre uma mão estendida para alguém próximo, não se isolar na prepotência são ações que não nos isolam e nos afastam da mortal solidão. Ainda é tempo. Aliás, sempre é tempo. Solidão, xiiiti!

BEIJOS

A manchete diz – “De herpes a surdez, os riscos do beijo”. Vá dizer isso para os levianos, para os apressados, vá! Beijo de boca teria que ser um ato resultante só depois de algumas e indispensáveis observações sobre ele e ela. A boca humana, aceitemos ou não, é uma espécie de esgoto do corpo. Todavia…

ELAS

Li há pouco sobre a venda de meninas, 9, 10 anos, para “casamentos” em muitos lugares do México. Claro, meninas pobres e com pais ordinários. Uma guriazinha de uns 9 anos vale em torno de 90 mil reais, em moeda brasileira. E o que elas serão? Como disse um comprador a uma delas: – “Levantar cedo, fazer comida e lavar minha roupa…” Claro que a menina vai fazer “mais coisas”. Santo Deus, pobres crianças e mulheres! E os guris? Empinando pandorgas… Eu queria os pais e os compradores dessas meninas na salinha dos fundos, ô, conversa “educativa”… Canalhas!

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FALTA DIZER

Cenas de todo tipo nas trevas por que estão passando os gaúchos, cenas reais jamais vistas parecidas no cinema, e há um lado que me derruba de modo especial: o salvamento de bichos. Pobrezinhos, a maioria morrendo, poucos salvos. A cara deles é de fazer chorar. Abençoados os salvadores.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.