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São Francisco do Sul sedia XVII edição do Workshop Nacional Bandeira Azul

Divulgação/Prefeitura de São Francisco do Sul

Por: Pedro Leal

06/05/2024 - 19:05 - Atualizada em: 06/05/2024 - 19:57

Na última semana, nos dias 26 e 27 de abril, o Programa Bandeira Azul em parceria com a Prefeitura de São Francisco do Sul realizou a XVII edição do Workshop Nacional Bandeira Azul, focado exclusivamente em praias. O evento foi sediado no Hotel Villareal, em São Francisco do Sul, e teve como objetivo reunir gestores de praias e representantes municipais para discutir os critérios do programa, os processos de renovação, o ingresso na fase piloto, além de esclarecer dúvidas sobre a certificação socioambiental.

O workshop reuniu representantes de importantes instituições, incluindo o Ministério do Turismo (MTur), a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), que compõem o Júri Nacional, juntamente com o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC) e o Instituto Nila. Além disso, contou com a participação de representantes da Prefeitura de São Francisco do Sul, da Secretaria de Turismo e Meio Ambiente local, assim como gestores técnicos, secretários de turismo e meio ambiente dos seis estados certificados no Brasil.

O vice-prefeito de São Francisco do Sul, Sérgio Murilo Carvalho Oliveira, expressou sua imensa satisfação em sediar o workshop, ressaltando o prestígio das praias certificadas da cidade. “É com grande alegria que recebemos gestores públicos de todo o país para explorar as riquezas naturais de nossa região e testemunhar os esforços das instituições locais na busca por essa renomada certificação internacional, que atesta a qualidade de nossas praias. São Francisco do Sul é reconhecida como a cidade mais ‘azul’ do Brasil, com o maior número de praias certificadas. Nossa esperança é que nossas quatro praias certificadas – Praia do Ervino, Praia do Forte, Praia Grande e Praia da Saudade – sirvam de inspiração para outros estados brasileiros no que diz respeito à preservação de nossas praias”.

Durante a apresentação de Edson Teixeira Viana Barros, coordenador de sustentabilidade e ações climáticas no turismo pelo Ministério do Turismo, foi destacada a relevância do turismo sustentável com baixa emissão de carbono. Barros apresentou estratégias para mitigar a pegada de carbono na indústria do turismo, defendendo práticas ecologicamente responsáveis. A palestra sublinhou ainda a necessidade de investir em infraestrutura turística ecologicamente consciente, assim como promover destinos que abracem a conservação ambiental e a riqueza da cultura local.

Rafaela Lehmann Herrmann, representante do Embratur, apresentou estratégias de promoção internacional das praias certificadas com a Bandeira Azul. Ela compartilhou detalhes sobre os esforços para divulgar e destacar globalmente esses destinos, ressaltando especialmente o plano de promoção do turismo de sol e praia, reconhecido como um dos segmentos mais procurados em todos os mercados e países. A ênfase recaiu sobre a promoção do Brasil como um destino de experiências sustentáveis e responsáveis, proporcionando qualidade e segurança aos turistas. Para atingir esses objetivos, o órgão realiza uma série de atividades, incluindo press trips, encontros empresariais, visitas de operadores internacionais, participação em feiras e eventos internacionais, campanhas de marketing e qualificação de canais de venda no exterior, destacando especialmente as praias e marinas certificadas com a Bandeira Azul em suas estratégias de promoção internacional.

Wagneide Rodrigues, da Secretaria de Patrimônio da União, apresentou os avanços e desafios do projeto Orla ao Termo de Adesão à Gestão das Praias (TAGP). Inicialmente, Rodrigues ressaltou os progressos já realizados pelo projeto, como a implementação de medidas para proteger e conservar a orla marítima, a revitalização de áreas degradadas e a promoção do desenvolvimento sustentável nas regiões litorâneas. Ela também enfatizou a importância da colaboração entre diferentes setores da sociedade – governo, empresas, organizações não governamentais e comunidades locais – para enfrentar esses desafios de maneira eficaz e garantir o sucesso contínuo do projeto Orla ao TAGP. Rodrigues reiterou ainda a responsabilidade do município em relação à união na gestão das praias, ressaltando a importância de um plano de gestão integrado da orla, capacidade de articulação, conservação ambiental, termos de adesão à gestão de praia e a adaptação necessária diante de mudanças de governo.

Samanta Cristiano, do Instituto Nila, compartilhou experiências e vivências do Projeto Orla, destacando a relevância da adaptação do projeto de acordo com a realidade e interesse específicos de cada município. Foi ressaltada a importância do funcionamento eficaz, do comprometimento das partes envolvidas, bem como da facilitação das experiências e vivências relacionadas ao projeto. Além disso, enfatizou-se a valorização da participação social como elemento essencial para o sucesso e sustentabilidade das iniciativas relacionadas à orla marítima.

O Médico Veterinário Paulo Augusto Aragão Zunino, representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Santa Catarina, trouxe à tona a questão “Cães na Praia – Por que não?”, expondo as complexidades enfrentadas ao tentar conscientizar os tutores sobre os riscos à saúde física dos animais ao levá-los à praia. Zunino iniciou sua abordagem destacando os principais motivos pelos quais a presença de cães na praia pode ser prejudicial à saúde desses animais, como a exposição a altas temperaturas, a ingestão de água salgada, o contato com substâncias tóxicas presentes na areia e o risco de se envolverem em acidentes ou conflitos com outros animais. Ele afirmou que a praia não é o habitat natural desses animais e enfatizou a importância de promover práticas que garantam o bem-estar e a segurança dos cães, além de preservar a harmonia do ambiente costeiro.

Leana Bernardi, coordenadora nacional do Programa Bandeira Azul, enfatizou a importância do workshop como uma oportunidade única para compartilhar experiências e conhecimentos, ressaltando que o evento proporciona um ambiente propício para a troca de ideias, descoberta de soluções e é um momento crucial para interações significativas entre os participantes. Leana destacou ainda que o compartilhamento de experiências durante o workshop é fundamental para o progresso e aprimoramento contínuo do programa Bandeira Azul no Brasil.

Além das palestras e apresentações, o evento promoveu a troca de experiências sobre boas práticas de praias certificadas em várias regiões do Brasil. Destacaram-se locais como a Praia do Patacho, em Porto de Pedras – AL, e a Praia de Itá – SC, esta última reconhecida como a primeira praia fluvial certificada nas Américas. O oceanógrafo Luigi Marchese, que promove ações de educação ambiental em Bombinhas/SC e Balneário Camboriú/SC, também compartilhou insights sobre o caminho para uma gestão de praias de qualidade.

No segundo dia, os participantes desfrutaram de uma excursão pelo centro histórico da cidade e visitaram as quatro praias que ostentam o selo Bandeira Azul. Além disso, participaram de uma atividade de prevenção ao afogamento promovida pela Sobrasa.

Este ano, o Workshop Nacional Bandeira Azul contou com o patrocínio da Prefeitura de São Francisco do Sul, Hotel Villareal, Villa Real Marina, Arcelormittal, Aegea SC, Terminal de Granéis de SC e Ambiental.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).