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ETARISMO

Foto: divulgação

Por: Emílio Da Silva Neto

02/05/2024 - 09:05 - Atualizada em: 02/05/2024 - 15:34

Assim como o machismo e o racismo, o “etarismo”, discriminação que dificulta idosos de perseguir seus sonhos e metas, nunca pode ser justificado, por tentar pré-categorizar as pessoas

Ninguém se saiu melhor do que Ronald Reagan, quando sua idade passou a ser cogitada como ponto fraco durante a campanha de 1984 para a reeleição. “Não vou transformar a idade em assunto de campanha. Não vou explorar, com objetivos políticos, a juventude e a inexperiência do meu oponente”, disse ele no segundo debate presidencial daquele ano. Até o adversário mencionado, o democrata Walter Mondale, então com 56 anos de idade, caiu na risada, num momento de espontaneidade.

Aos 73 anos, era o americano mais velho a ocupar a Casa Branca e a pergunta sobre idade, feita por um jornalista, questionava se ele teria o mesmo vigor que John Kennedy, ao passar várias noites acordado, durante a crise dos mísseis, o momento mais perigoso da história da humanidade, até então. Na verdade, Kennedy, assassinado aos 46 anos, tinha muito mais problemas de saúde do que Reagan.

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Sofria de doença de Addison, doença celíaca e hérnia de disco. Usava colete ortopédico e medicamentos em doses espantosas. O distúrbio endocrinológico hoje é visto como possível responsável pela aparência de pele bronzeada que contribuía para sua imagem de vigor.

Da mesma forma, a idade de Joe Biden (quase 82 anos), tem-lhe catapultado à vítima de adversários malvados e preconceituosos, na sua campanha pela reeleição norte-americana, neste ano. Na verdade, muitos entraram, sim, no “modo pânico” pelos inúmeros tropeços e deslizes do “Old Biden”.

Todo este preâmbulo se justifica pelo fato da população mundial estar envelhecendo mais rapidamente que no passado, especialmente na América Latina e Caribe: em 2020, mais de 8% da população tinha 65 anos ou mais e estima-se que essa porcentagem dobre até 2050 e exceda 30% até o final do século.

Assim, surge fortemente o “etarismo”, uma forma de discriminação no mercado de trabalho, que, muitas vezes, impede pessoas idosas de perseguir seus sonhos e metas pessoais.

Contudo, assim como o racismo ou o machismo, o “etarismo” nunca pode ser justificado, porque é uma tentativa de pré-categorizar as pessoas baseada num grupo, em vez de olhar para elas como indivíduos. Afinal, em qualquer agrupamento humano, em cima de qualificações superficiais ou demográficas, haverá gente boa e gente ruim, honesta e desonesta, competente e incompetente.

Apesar do envelhecimento natural do corpo e do cérebro, muitos idosos têm um desempenho melhor que pessoas com a metade da sua idade. Pensemos em Dalai-Lama (líder religioso, 88 anos), Jane Fonda (atriz, 86 anos), Julia Hawkins (nadadora “furacão” com 108 anos) ou Zefiro Giassi (presidente ativo até a sua morte, aos 90 anos).

Para se demolir crenças etaristas, a neurociência prova que o cérebro de uma pessoa idosa é muito mais prático do que vulgarmente se acredita. Nessa idade, a interação dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro torna-se harmoniosa, o que amplia as possibilidades criativas. É por isso que, entre as pessoas com mais de 60 anos, existem muitas personalidades que acabaram de iniciar suas atividades criativas.

Claro, o cérebro não é tão rápido como na juventude. Por outro lado, ganha em flexibilidade. Portanto, à medida que se envelhece, fica-se mais propenso a tomar boas decisões e menos exposto a emoções negativas. O pico da atividade intelectual humana ocorre por volta dos 70 anos, quando o cérebro começa a funcionar a toda velocidade.

Ah, e o professor Monchi Uri, da Universidade de Montreal, acredita que o cérebro idoso escolhe o caminho que consome menos energia, elimina o supérfluo e deixa apenas as boas opções para resolver o problema. Em seu estudo, envolvendo diferentes faixas etárias, jovens ficaram muito confusos durante os testes, enquanto pessoas com mais de 60 anos tomaram as decisões certas.

Iiiiuuuu … será que um dia, no mercado de trabalho, o etarismo será substituído pela inveja dos jovens a quem tem rugas e não procrastina sonhos e metas ?!?

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Emílio Da Silva Neto
PhD/Dr.Ing, Pós-Doc, Ex-Diretor Superintendente WEG
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(Governança, Profissionalização e Sucessão Empresarial Familiar)
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[email protected]
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Emílio Da Silva Neto

Consultor especializado em profissionalização, governança e sucessão empresarial familiar. Com vasta experiência, Emílio da Silva Neto é PhD/Dr.Ing, Pós-Doc, Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor e Sócio da 3S Consultoria Empresarial Familiar. Redes sociais: emiliodsneto | www.consultoria3s.com