Os recentes eventos climáticos afetaram a produção de alho e cebola em Santa Catarina, impulsionando os preços a níveis significativos nos últimos meses. Segundo dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), o preço médio pago aos produtores de cebola atingiu o maior valor nominal desde novembro de 2019, enquanto o preço do alho mais que dobrou em comparação com março do ano anterior.
De acordo com o Boletim Agropecuário de abril, em março de 2024, o preço médio pago ao produtor de alho variou de R$ 12,21 a R$ 20,81 por quilo, dependendo da categoria. Já o preço da cebola alcançou R$ 3,82 por quilo. Esses valores representam um aumento de 15,75% em relação ao mês anterior para a cebola e quase 97% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Jurandi Gugel, explicou que a baixa oferta de produtos no mercado devido às chuvas impactou diretamente nos preços. A produção de alho na última safra ficou em 7,26 mil toneladas, abaixo da estimativa inicial de 10,7 mil toneladas anunciada em agosto do ano anterior. Quanto às importações, houve um aumento de 31,48%, totalizando 15,87 mil toneladas, sendo a Argentina o principal país exportador, correspondendo a 93,56% do volume total importado por Santa Catarina.
No caso da cebola, as importações aumentaram significativamente devido à escassez do produto em território catarinense. No primeiro trimestre de 2024, foram importadas 76,9 mil toneladas. A safra 2023/2024 resultou na colheita de 402,9 mil toneladas de cebola em Santa Catarina, representando uma diminuição de 27% em comparação com a última safra.
O Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, publicado mensalmente, fornece informações detalhadas sobre diversos produtos agrícolas relevantes para Santa Catarina, incluindo feijão, leite, maçã, arroz, milho, soja, trigo, além da produção pecuária de bovinos, suínos e frangos.