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Verdades e mitos sobre o uso de anticoncepcional

Foto: divulgação

Por: Rafael Veloso - Ginecologista e Obstetra

22/04/2024 - 15:04 - Atualizada em: 22/04/2024 - 15:12

O uso de contraceptivo via oral, é um dos métodos mais comuns utilizado por mulheres que desejam evitar a gravidez. Com diferentes fórmulas que visam atender as necessidades específicas de cada mulher, eles apresentam também diferentes sintomas para quem faz o uso.

Um dos sintomas mais comuns é o enjoo ou náusea, causado pela progesterona, hormônio presente na pílula. Este hormônio, além de causar relaxamento no corpo, também tem como efeito colateral as náuseas, acúmulo de gases e constipação. Destaca-se que embora os enjoos ocorram, esta reação do organismo ao uso da pílula, não quer dizer que o contraceptivo não está esteja funcionando, ou que eles ocorrerão sempre, é o uso por um determinado período, que dirá se a troca é necessária em função dos sintomas ou se eles cessarão.

Uma dúvida, bastante comum, é se eles de fato podem ocasionar ganho de peso, ou não. Para esta dúvida, a resposta é que não, com algumas considerações. Trabalhos científicos que monitorizaram o peso de mulheres em uso de contraceptivos hormonais dizem que, no máximo, pode haver retenção de líquidos corporais, estimados em cerca de 500ml.

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Entretanto, por se tratar de um hormônio, ele pode contribuir para pequenas escolhas que mudam os hábitos alimentares, Daí há chances de uma mulher escolher o carboidrato ao invés de proteínas e saladas, o que no longo prazo poderia ocasionar ganho de peso. No entanto, o uso não está diretamente relacionado com o aumento de peso, caso a paciente não mude os hábitos, ingerindo as mesmas porções diárias.

Além da relação com os hábitos alimentares, fatores como a distensão abdominal ou inchaço causado pela pílula, pode contribuir para a impressão do aumento de peso, porém, se monitorado o peso na balança será constatado que ele não é real.

Já a relação do libido feminino com o uso do contraceptivo carece de informações adequadas as pacientes. Como a absorção e metabolização dos hormônios da pílula é realizada em partes pelo fígado, pelos receptores dos ovários e também pelo cérebro, destaca-se aqui o papel do fígado neste processo.

Ao identificar quantias excedente de hormônios sendo ingerido, o fígado trabalha para controlar estes níveis por meio de uma proteína, a (SHBG), seu papel é inativar os hormônios circulantes na corrente sanguínea, quando eles se encontram em excesso.

Este controle feito pelo (SHBG) tende a grudar em uma quantidade alta de hormônios masculinos presentes no corpo da mulher, como: testosterona, androstenediona, di-hidrotestosterona, que são alguns dos hormônios androgênicos responsáveis pela libido, ou desejo sexual. Este controle feito pela (SHBG), além de ser prejudicial à libido da mulher, está presente na maioria dos anticoncepcionais.

Sobre outras consequências do uso dos anticoncepcionais, estudos realizados apontam que a pílula contraceptiva está associada ao desenvolvimento do câncer. Por outro lado, embora a correlação exista com alguns tipos de contraceptivos que apresentam a molécula de progesterona, destaca-se que, somente a pílula não é capaz de gerar câncer.

Como o câncer é uma doença multifatorial, ele está associado a outras questões como: histórico familiar da paciente, hábitos de vida, fatores de risco, radiações, uso de medicamentos, entre outros fatores.

Já para as mulheres que amamentam, não está indicado o uso de pílulas combinadas, ou seja, aquelas que contenham estrogênio e progesterona na sua composição. Apesar de haver algumas lacunas na literatura, a contracepção hormonal durante a amamentação tem seu uso limitado a contraceptivos progestagênicos (que contenham apenas progesterona) devido aos possíveis efeitos na qualidade e quantidade do leite materno, ao risco de transferência de hormônios para o recém-nascido e a possibilidade de alterações no desenvolvimento infantil, ocasionados pelo uso do estrogênio. Além dos contraceptivos progestagênicos, mulheres em período de lactação tem como opção o uso de DIUs hormonais, não-hormonais, e outros métodos contraceptivos de barreira, ou de hábitos (tabelinha e Billings).

Por fim, destaca-se que, se o objetivo é evitar uma gravidez indesejada, uma adolescente pode fazer o uso do contraceptivo desde a sua primeira menstruação, entretanto, a escolha não a inibe de problemas como as doenças sexualmente transmissíveis. É preciso orientação adequada aos jovens e adolescentes, em especial, aos que podem estar iniciando a vida sexual.

 

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