O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Democrata) culpou seu adversário Donald Trump (Republicanos) nesta segunda-feira (8), depois da publicação de um vídeo em que Trump defende que o direito ao aborto deveria ser uma decisão de cada estado.
As informações são da revista Veja.
Biden afirmou que Trump gerou “a crueldade e o caos que envolveu os Estados Unidos” quando a Suprema Corte derrubou, em 2022 – durante o segundo ano de seu mandato – a decisão judicial que permitia a interrupção legal da gravidez no país, historicamente conhecida como “Roe vs Wade”.
“Quando ele destruiu RoevsWade, ele destruiu um direito fundamental”, disse Biden em comunicado, referindo-se a Trump. “Como direito fundamental, não importava onde você morava. Foi concedido a você como americano, não como residente de qualquer estado.”
O mandato de Trump havia se encerrado em janeiro de 2021.
No vídeo publicado por Trump nesta segunda-feira, ele defendeu o novo modelo de legislação, que permite que cada estado decida se vai ou não legalizar o aborto. O revisionismo também se fez presente no vídeo de Trump, que alega ter sido tomada em seu governo a decisão.
A decisão da Suprema Corte foi pautada na falta de legislação federal sobre o tópico ao longo dos 49 anos em que a decisão judicial esteve em vigor – nestas quase cinco décadas, não houve tentativa de legislar contra ou a favor do direito. A medida da Suprema Corte foi criticada tanto por progressistas, que defendem uma garantia nacional de direitos, quanto por conservadores que pedem uma proibição total.
A declaração do ex-presidente ocorreu depois de ele ter indicado que apoiaria uma proibição nacional do procedimento a partir das 15 semanas de gestação, gerando pressão para que ele se pronunciasse sobre o assunto.
“Não há nada mais antiamericano do que ter nossas liberdades pessoais tiradas. E foi isso que Donald Trump fez”, acusou Biden.
Biden afirmou que o sistema em vigor já poderia tornar o aborto ilegal, porque pode vetar o procedimento “antes de muitas mulheres saberem que estão grávidas”.
Ele citou o plano da Florida, de proibir a interrupção da gravidez a partir da sexta semana, como exemplo.
Apesar de Trump não ter afirmado se apoia ou não as proibições estatais, a campanha de Biden deve usar o discurso do adversário para reforçar sua defesa ao direito ao aborto, elemento central da sua campanha de reeleição.