Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos de dengue em 2024, o que vem gerando bastante preocupação nas autoridades sanitárias.
Com o altíssimo número de casos, o país chegou a seu recorde na série histórica, realizada desde 2000. Por isso, é importante estar alerta aos sintomas, à prevenção e ao tratamento da doença.
Sintomas
- Febre (39°C a 40°C) de início repentino;
- dor de cabeça,
- prostração, fraqueza
- dores musculares e/ou articulares e
- dor atrás dos olhos.
De acordo com o Ministério da Saúde, qualquer pessoa que apresentar febre e pelo menos duas das outras manifestações deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.
No entanto, após o período febril também deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
- dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- hipotensão postural e/ou lipotímia;
- letargia e/ou irritabilidade;
- aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
- sangramento de mucosa; e
- aumento progressivo do hematócrito.
É importante lembrar que todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e idosos têm maiores riscos de desenvolver complicações.
Transmissão
O vírus da dengue pode ser transmitido principalmente por via vetorial, ou seja, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. Transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue são raros.
Diagnóstico
Não existe necessidade da realização de exames específicos para o tratamento da doença, já que é baseado nas manifestações clínicas apresentadas. No entanto, para apoiar o diagnóstico clínico existem disponíveis técnicas laboratoriais para identificação do vírus (até o 5° dia de início da doença) e pesquisa de anticorpos (a partir do 6° dia de início da doença).
Prevenção
Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra a dengue foi incorporada no SUS (Sistema Único de Saúde). A inclusão da vacina da dengue é uma importante ferramenta para que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenível.
Embora exista a vacina, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios.
- Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
- Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
- Vedação dos reservatórios e caixas de água;
- Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
- Participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo SUS.
Repelentes
Os repelentes de insetos para aplicação na pele são enquadrados na categoria “Cosméticos” e devem estar registrados na Anvisa.
Conforme a própria Anvisa, o uso de produtos repelentes de insetos que contenham o ingrediente DEET não é permitido em crianças menores de 2 anos. Já em crianças de 2 a 12 anos de idade, o uso de DEET é permitido desde que a sua concentração não seja superior a 10%, restrita a apenas três aplicações diárias, evitando-se o uso prolongado.
Também é importante observar que produtos repelentes de insetos devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo, conforme a norma vigente sobre cosméticos, a RDC 19/2013. O produto só deve ser aplicado nas roupas se houver indicação expressa na arte da rotulagem.
Tratamentos
O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequados. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
- Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
*Com informações do Ministério da Saúde