Rodolfo Felipe de Oliveira e Ingridiom Vasconcellos, recém-condenados pelo assassinato de Tauana Letícia Fachini, de 17 anos, em Blumenau, deixaram a prisão nesta quinta-feira (21). Eles estavam presos desde o dia do julgamento, realizado uma semana antes, no dia 14 de março – mais de 10 anos após o crime.
A informação foi confirmada pelo advogado de defesa da dupla, Rodolfo Warmeling, que entrou com um pedido de Habeas Corpus no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi aceito pelo ministro Sebastião Reis Júnior.
Os dois já haviam sido presos preventivamente após o crime, em 2014, mas foram liberados e responderam ao processo em liberdade. Após condenados, a juíza determinou que eles começassem a cumprir a sentença imediatamente, uma vez que eles receberam penas superiores a 15 anos. Desta forma, ambos foram conduzidos à unidade prisional logo após deixarem o Fórum.
Warmeling, porém, argumenta que o entendimento da juíza é divergente no STJ. Ele então entrou com o pedido de Habeas Corpus ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), que negou a liminar. Com a negativa, o advogado tornou a solicitar a soltura da dupla, desta vez ao STJ. O pedido em questão foi analisado e aprovado pelo ministro Sebastião Reis Júnior.
Com isso, os dois homens poderão responder ao processo em liberdade.
As condenações
Então namorado da vítima, Rodolfo foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de homicídio qualificado, por motivo torpe e mediante paga. Já Ingridiom foi condenado a 17 anos e oito meses de prisão, inicialmente fechado, pelo crime de homicídio qualificado, por motivo torpe e mediante paga, e corrupção de menores.
O crime
Tauana foi assassinada no bairro Salto do Norte em dezembro de 2013. Conforme a Polícia Civil, Tauana estava na garupa de uma moto, conduzida pelo namorado dela, quando foi baleada três vezes pelo passageiro de uma segunda moto. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu.
O namorado dela também foi atingido por um disparo na perna. Em conversa com os policiais, ele afirmou que a morte da adolescente foi uma retaliação a ele, que supostamente estaria devendo dinheiro para um traficante. Ele chegou a afirmar, inclusive, que seria o verdadeiro alvo dos tiros que mataram Tauana.
A adolescente deixou um filho, com cerca de 2 anos na época.
Assassinato encomendado pelo namorado
Após três meses de investigações, porém, os policiais descobriraram que Tauana foi assassinada a mando do próprio namorado, que suspeitava que a adolescente estava lhe traindo.
Segundo os investigadores, Rodolfo contratou o amigo Ingridiom Vasconcellos, pelo valor de R$ 3 mil, para que ele assassinasse a adolescente. No dia combinado, Ingridiom recrutou um adolescente para ajudá-lo na execução.
Os dois então se dirigiram até o ponto combinado, na Rua Professor Max Humpll, bairro Salto Norte, e se aproximaram da moto conduzida por Rodolfo, que por sua vez diminuiu a velocidade do veículo para facilitar a ação criminosa.
A moto era conduzida pelo adolescente, que conseguiu se aproximar o suficiente de Tauana. Neste momento, Ingridiom realizou os disparos contra a adolescente. Ele ainda atingiu a perna de Rodolfo, para simular que ele era vítima de um acerto de contas e que Tauana teria sido morta por engano.
Rodolfo foi localizado e preso em Goiânia, em maio de 2014. No mesmo dia, os policiais prenderam Ingridiom em Blumenau. O adolescente, por sua vez, já estava internado no CASEP há cerca de um mês por um roubo. Apesar disso, os suspeitos responderam ao processo em liberdade.