Uma adolescente de 17 anos foi apreendida na tarde dessa terça-feira (20) por suspeita de envolvimento no assassinato de Márcio Elizeu Melo, de 45 anos, e na tentativa de assassinato da esposa dele, de 39 anos, crime registrado na madrugada de 29 de janeiro em Indaial, no Vale do Itajaí.
De acordo com a Polícia Civil, o crime foi planejado e executado pelo filho do casal e por um amigo dele, ambos de 18 anos. Os dois foram presos no dia 1º de fevereiro. Em depoimento, o filho confessou o crime.
A adolescente em questão é namorada do comparsa do filho. Conforme as investigações, ela teria ajudado a dupla a planejar o assassinato do casal e auxiliado os executores no dia do crime. Ela também diria que o filho do casal estava na casa do amigo no momento do crime.
Segundo a Polícia Civil, ela e o namorado seriam recompensados por ajudar no crime. A adolescente foi apreendida e encaminhada ao Casep, onde ficará à disposição da Justiça.
De acordo o delegado responsável pelo caso, Filipe Martins, as investigações estão avançadas e serão concluídas nos próximos dias, estando ainda pendentes o resultado de algumas provas de natureza pericial.
Caso chocou a região
O crime foi registrado na madrugada do dia 29 de janeiro na casa da família, localizada no bairro Estrada das Areias. Conforme a Polícia Militar, o casal foi esfaqueado diversas vezes.
Márcio não resistiu e morreu no local. A mulher dele foi socorrida e hospitalizada em estado grave, tendo ficado internada na UTI por vários dias.
O filho não estava na residência e apareceu no local durante a madrugada, alegando que estava com um amigo – fato que levantou suspeitas contra ele.
Suspeitas e divergências
A Polícia Civil iniciou as investigações logo após o crime e constatou que nenhum bem da casa havia sido roubado na ação. Os investigadores descobriraram ainda que a residência não havia sido arrombada, e que os criminosos haviam invadido a casa por uma janela que estava aberta.
Diversas pessoas foram ouvidas durante os dias seguintes. Entre elas o filho do casal, que apresentou um álibi “duvidoso” e se contradisse diversas vezes.
Após levantar provas, o delegado responsável pelo caso representou pela prisão preventiva dos suspeitos. Detido, o jovem confessou o crime, assim como o amigo dele. Conforme o delegado, ele não manifestou estar arrependido e afirmou que planejava o assassinato dos pais há dois meses.
Recompensa ao comparsa
Segundo as investigações, o filho teria oferecido R$ 50 mil e um veículo Chevrolet Montana ao amigo para que ele assassinasse os pais – mas disse que também gostaria de participar do assassinato dos dois.
O jovem desejava ainda vender a metalúrgica da família e usar o dinheiro para comprar uma chácara, onde os dois cultivariam drogas e as venderiam, divindo os lucros igualmente entre si.
Crime brutal
Conforme o delegado, imagens do sistema de monitoramento mostraram o jovem deixando a casa na noite de domingo (28) após os pais dormirem.
Ele retornou ao local durante a madrugada de segunda-feira, vestindo outras roupas, com uma camisa tapando seu rosto e na companhia do amigo.
Eles chegaram até a casa por meio de uma mata. Durante o percurso, o filho perdeu a faca que trazia para o crime. Desta forma, precisou ir até a cozinha para pegar outra faca – momento em que foi flagrado pelas câmeras de segurança. Um familiar que viu as imagens reconheceu o jovem pela forma em que ele caminhava.
Durante depoimento, o suspeito confessou o crime e disse que o objetivo era assassinar os pais enquanto eles dormiam. Ele seria responsável por matar o pai. Já o amigo mataria a mãe.
O crime, porém, não saiu como o planejado, pois Márcio acordou com o barulho e saiu do quarto para verificar o que estava acontecendo. Neste momento, o amigo do filho o esfaqueou no pescoço.
Mesmo ferido, Márcio entrou em luta corporal com o agressor. Neste momento, a mãe saiu do quarto e investiu contra o outro criminoso, sem saber que se tratava do seu filho. Frio, o jovem a esfaqueou de seis a sete vezes no tórax.
Após neutralizar Márcio, o amigo do filho ainda golpeia a mãe dele na região da têmpora. Acreditando que o casal estava morto, os criminosos fogem do local.
Conforme o delegado, o filho retornou para casa horas depois, quando as autoridades já estavam no local. Ele usava as mesmas roupas de quando deixou a casa durante a noite, e teria se assustado ao ser informado que a mãe havia sobrevivido ao crime.
Tais fatos foram determinantes para que os investigadores descobrissem os autores do crime que chocou a região. Agora, a Polícia Civil tem um prazo de 30 dias para encerrar o inquérito policial e enviá-lo à Justiça.