Vou falar de uma entrevista que li há pouco dada por uma mulher muito conhecida, ela acaba de fazer 50 anos, bonita, bem casada, mas… Tendo coisas ruins na cabeça, coisas do passado. Antes de falar dessa entrevista, preciso lembrar que todos nós, sem exceção, temos um inimigo permanentemente de plantão. Esse inimigo, queiramos ou não, é o passado. Todos temos um passado. E por que o passado é nosso inimigo? Porque se ele foi bom e hoje não estamos numa boa, lembrar desse passado bom é um castigo, é tê-lo como nosso inimigo à felicidade. E se o passado foi ruim, de igual modo vamos lembrá-lo à vida toda. O que fazer? Lutar pelo desapego e tocar a bola da vida para frente. A mulher de que falei é a Angélica. Angélica? Sim, a Angélica. Numa entrevista, ao celebrar seus 50 anos, ela disse que: “Às vezes, quando você tem uma coisa muito intensa, acaba não aproveitando. Eu viveria tudo outra vez para aproveitar o que não aproveitei e para olhar de outra forma coisas que eu nem olhei, até alguns perrengues”! Duvido que a leitora, o leitor, não entre nessa canoa sem remo da nossa vida, essa canoa do estar numa boa e não ter a consciência plena da coisa boa que estava sendo vivida daquele momento, no passado. Vivi muito dessa experiência, viajei o mundo como narrador de futebol e só me preocupava com o jogo, o estádio, a narração e… Parava por aí. Nem fotos tirava. Hoje, olho para trás e penso: – Pô, eu podia ter feito o que fiz, com o máximo empenho, e também ter vivido momentos intensos das viagens. Passou, me lembro e me cobro. Algum consolo? Ninguém escapa dessa ratoeira humana. Sempre vamos ter alguma coisa a relembrar e por ela suspirar, pô, eu tinha que ter aproveitado mais, tinha que ter tido consciência daquele momento… Regra humana. E vem daí as pregações budistas e ancestrais humanas para que vivamos o “aqui e agora”. Viver o aqui e agora de modo consciente e viver os bons momentos com a consciência do momento. Dizendo isso, lembro-me de Ataulfo Alves que cantava – “Eu era feliz e não sabia…”. Santo Deus, volta, passado, volta, volta que te quero viver de modo diferente! Volta! Esqueci, o passado não ouve…
BANHEIRO
Ir ao banheiro faz bem. Falo do espelho do banheiro. Quando você está numa boa, duvido que se olhando no espelho do banheiro não se veja com uma cara boa, duvido. Mas se estiver amuado, chateada, ah, o espelho vai ajudar a ficar pior, nessas ocasiões o espelho costuma nos mostrar uma cara feia, sem graça. Quer dizer, o espelho não tem culpa de nada, a culpa está em nós. Espelhos “refletem”…
FALA
Dou cursos de comunicação verbal e oratória há muito tempo, já ouvi de tudo de pessoas que desejavam ou desejam falar com desenvoltura. Ontem, um jovem me disse que gosta de decorar textos para depois falar sobre eles. Errado. Decorar tira a espontaneidade, provoca lapsos de memória e deixa a pessoa muito artificial. Ter uma ideia, um propósito, conhecer o assunto e atirar-se sobre ele emocionalmente costuma ser um bom negócio. E muito em politica…
FALTA DIZER
Acabei de ler uma entrevista de um empresário, idoso e bem-sucedido, que disse enfaticamente: – “Quanto mais eu trabalho mais sorte eu tenho”. Acredito nele, o casamento com o trabalho (com o trabalho…) tem que ser por amor. E aí a pessoa enriquece, antes de tudo a alma.