O mercado de ações e a bolsa de valores são assuntos que não fazem parte da realidade cotidiana da maioria dos brasileiros – segundo dados da Bovespa, são apenas 652.969 pessoas físicas com investimentos na bolsa de valores, menos de 0,5% da população nacional. Por conta de desconhecimento, temor e uma cultura de cautela quanto aos investimentos, a maioria dos brasileiros tende a evitar até mesmo conhecer como funciona a bolsa.
Para melhor entender este mercado, desfazer alguns mitos e demonstrar com o que cuidar no mercado acionário, conversamos com o analista financeiro Rafael Lehmkuhl, da Sherpa Wealth Guides, da vizinha Blumenau. A empresa oferece cursos sobre mercado de ações, tanto em nível introdutório quanto em nível mais aprofundado.
Segundo Lehmkuhl, não só no Brasil, o investimento acionário é feito predominantemente por pessoas mais velhas: no Brasil, 45,61% dos investidores tem mais de 65 anos, enquanto somente 3,56% estão na faixa dos 25 aos 35 anos. Nos Estados Unidos , cerca de 25% dos “Baby Boomers” – a geração pós guerra – favorece investimentos em ações – contra cerca de 9% dos “millenials”, a geração nascida entre os anos 80 aos 90.
Isso, segundo Lehmkuhl, levando em conta que a potência norte-americana tem uma cultura que favorece o mercado de ações. No Brasil, o desafio é ainda maior. “Tivemos um grande aumento no número de investidores nos últimos anos, mas ainda estamos muito longe do ideal e principalmente precisamos de mais mulheres e dos mais jovens no mercado”, diz.
Mais lucrativo do que poupança
A poupança, tida como o investimento mais seguro e mais “garantido” no país, segue como opção de investimento por 85% dos brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), e compõe 39,2% dos investimentos no país. Mas com a taxa básica de juros em uma baixa histórica, de 6,5%, fundos como a poupança, pautados na Selic, rendem pouco – e com planejamento e atenção, ações trazem rendimentos muito maiores, diz Lehmkuhl.
“Apenas em 2018 a Petrobras(PETR4) valorizou mais de 40%. Isso representa 2.500 vezes mais do que a poupança rendeu nestes mesmos quatro primeiros meses”, destaca. De acordo com ele, investir em ações também é uma forma de fazer uma “poupança forçada” pensando no futuro, já que é um mercado volátil. “O ideal é fazer investimentos para longo prazo, que tendem a ter um retorno melhor que os investimentos mais conservadores”, ressalta.
Lehmkuhl destaca que há diversos meios possíveis de ganhar dinheiro na bolsa de valores, não só com a valorização das ações. “É possível lucrar de várias formas, por exemplo recebendo dividendos, juros sobre capital próprio, com bonificações pela performance da empresa e trades nos mercados futuros”, explica, destacando apenas algumas das modalidades em que o investimento pode “se pagar”.
“Obviamente não é possível pensar que tudo é muito fácil, que começará na bolsa ganhando muito dinheiro e que o mesmo virá fácil”, ressalta. Segundo ele, é necessário conhecer, entender, estudar e adquirir experiência com o tempo. Com cautela, conhecimento e um pouco de sorte – pois há um fator de risco – é possível no longo prazo viver só da renda dos investimentos.
Risco existe, mas temor é exagerado
Parte do que leva o brasileiro médio a evitar o mercado de ações é a percepção de que a bolsa seria um investimento demasiadamente arriscado e que, portanto, seria apenas para quem tem muito dinheiro para arcar com possíveis perdas – o que leva a preferência nacional por investimentos de baixo risco e menor rendimento.
Segundo Lehmkuhl, o risco de “perder tudo” na bolsa existe – mas é menor do que pode parecer, e pode ser mitigado com conhecimento sobre o mercado. “É justamente por isto que é tão importante aprender antes de começar a aplicar. Logo, o maior risco que se tem ao investir em ações é o risco de as ações que você comprar se desvalorizarem”.
Grande parte destes riscos estão fora do controle do investido, como o risco de de liquidez, caso compre alguma ação e depois queira vender e não encontre comprador, e a possibilidade das empresas nas quais investe serem excluídas da bolsa ou fecharem o capital.
Segundo Lehmkuhl, esses perigos são um dos fatores que torna importante a educação e o estudo sobre o mercado acionário. “Em uma primeira vista, esses riscos podem parecer assustadores, mas depois que as pessoas entendem como funciona o mercado, e aprendem, percebem que são riscos facilmente contornáveis, e percebem que a Bolsa de Valores é um excelente investimento para o longo prazo”, explica o analista.
Curso faz introdução a Bolsa de Valores
Oferecido pela Sherpa, o curso “Introdução a Bolsa de Valores” aborda o que é a bolsa, como as empresas se financiam, o que é IPO (Oferta Pública Inicial ), ações e índices, como negociar ações, leilões, riscos, análises e estratégias. Com 12 horas de duração, o curso é presencial, ministrado nos fins de semana, e as últimas 4 horas são aulas práticas e individuais. A 6ª turma do curso será no dia 5 de maio. As aulas serão ministradas por Rafael Lehmkuhl, que é MBA em Finanças e Controladoria (INPG-SC) e atua há nove anos no mercado financeiro.Para mais informações basta acessar o site www.sherpawg.com.br ou entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (47) 3212-6777 e Whatsapp (47) 9 9106-7274.