O navio MV Bahijah, que transportava 14 mil ovelhas e 2 mil bois com destino a Israel, foi abandonado na costa da Austrália nesta terça-feira (30), debaixo de um calor de cerca de 40ºC. A desistência da viagem pelo Mar Vermelho ocorreu devido à ameaça de ataque da milícia Houthi, do Iêmen.
Há duas possibilidades, a princípio: descarregar todos os animais na Austrália, onde as regras de biossegurança exigem um período de quarentena, ou viajar mais um mês até Israel, contornando a costa da África, para desviar o Mar Vermelho.
Nesta quarta-feira (31), o Departamento de Agricultura do país emitiu uma atualização do caso, informando que “a biossegurança da Austrália e a saúde e o bem-estar dos animais a bordo são prioridades” e que trabalha para uma solução o mais rapidamente possível.
“Os últimos relatórios do veterinário a bordo do navio sugerem que o gado permanece em boa saúde e não há evidências de quaisquer preocupações significativas com a saúde, o bem-estar ou o ambiente. Dois veterinários independentes visitaram hoje o navio para inspecionar o gado e as instalações. O departamento revisará suas descobertas e considerará as próximas etapas. O departamento continua a avaliar o pedido de reexportação do gado fornecido pelo exportador. Estas são avaliações complexas que devem equilibrar a biossegurança australiana, a legislação de exportação, as considerações de bem-estar animal e os requisitos dos nossos parceiros comerciais internacionais. Mais informações serão publicadas à medida que as decisões forem tomadas” , diz a mais recente atualização sobre o caso.
Protestos
A situação dos bovinos e ovinos, que já estão no mar desde 5 de janeiro (27 dias), com pouca ventilação e em meio a seus excrementos, provocou protestos de grupos de defesa do bem-estar dos animais.
Eles pedem que o Departamento Federal de Agricultura negue o pedido do exportador, que quer seguir viagem por mais 33 dias até Israel, sem descarregar os animais.
A ONG Stop Live Exports (Parem as Exportações Vivas) é uma das organizações que se manifestou pedindo que os animais sejam descarregados na Austrália, onde organizou uma grande mobilização na cidade de Fremantle.
“Deixá-los lá por mais tempo e certamente a ideia de mandá-los de volta ao mar por 33 dias é desumano. Temos perguntado ao governo estadual, ao governo federal qual é o plano. Parece que no momento não existe um plano coerente”, afirmou Rebecca Tapp, membro da organização, à CNN.
*Com informações do portal iG