Lá em 2018, finalzinho do ano, logo depois das eleições, Jair Bolsonaro confirmou o nome do então juiz Sérgio Moro como seu ministro da Justiça. Nessa tarefa, o ministro já indicado da Economia, Paulo Guedes, cumpriu um papel fundamental. Moro então decidiu se desligar do Judiciário e foi para a esplanada. Aí os adversários, a começar pelos petistas, à época Lula da Silva estava preso, cumprindo pena em Curitiba, falavam dia e noite que havia ficado caracterizada a parcialidade de Moro contra o chefão da Organização e seus sectários. Bolsonaro havia derrotado o poste Fernando Haddad naquele ano. Moro assumiu sua posição. Claro que deu razões para uma certa desconfiança diante da decisão de aceitar um cargo num governo que foi eleito com o voto anti PT. Transcorridos agora pouco mais de cinco anos, Lula da Silva convida o ex-ministro do STF para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Quem cumpriu o primeiro ano nessa função sob Lula III foi Flávio Dino. Indicado na segunda vaga para substituir Rosa Weber.
Dupla
Ocorre que essa é a segunda vaga a ser preenchida por Lula da Silva. Na primeira, em maio, ele indicou seu advogado de defesa nos processos de corrupção nos quais foi condenado e depois liberto pelas portas dos fundos do STF, Cristiano Zanin.
Dança das cadeiras
Zanin entrou justamente para ocupar a cadeira de Ricardo Lewandowski. Este entrou no STF em 2006, ao final do primeiro mandato da deidade vermelha. Tinha grande relação com a primeira-dama da época, Marisa Letícia.
Cúmplices
Acompanhando a mídia nacional, não se ouve nenhuma manifestação sobre o ocorrido. Naturalmente, bolsonaristas e parlamentares conservadores estão a focalizar essa situação, mas não merecem espaço nos grandes veículos de comunicação.
Certo
O novo ministro da Justiça chegou ao STF pelas mãos de Lula. Se aposentou, pela expulsória, em maio. Para sua vaga, o advogado de defesa do chefão. Após indicar Dino para o STF, ele traz Lewandowski para o governo. Está tudo certo? Aí não há de se apreciar a postura do conluio? Em 17 anos, podemos concluir que todas as decisões de Lewandowski relativas ao PT e a Lula foram absolutamente imparciais?
Deboche
Ou seja, são dois pesos e duas medidas. E a mídia, na sua esmagadora maioria, engajada, comprometida e entregue aos serviços do consórcio Supremo-Planalto, conluio que foi fundamental para a eleição de Lula.
De frente
Todo o processo começou lá atrás. Como Bolsonaro enfrentou o Supremo, eles trataram de criar artifícios formais para tirar Lula da cadeia, restabelecer seus direitos políticos e ajudar na campanha tendenciosa que devolveu o ex-presidiário à cena do crime.
Cristalino
Está tudo muito claro. Só não enxerga quem não quer, quem não deseja. Boa parte da mídia não quer enxergar. Atua de forma deliberada, blindando e protegendo o desgoverno Planalto-Supremo.
Tabelinha
Essa é a realidade que estamos vivendo. Um bate-bola, uma dobradinha STF-Planalto. Em meio a isso, um Congresso apático, sem voz. Postura caracterizada na figura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que também é presidente do Congresso Nacional. Que estava todo sorridente na comemoração do 8 de janeiro. Claro que foi uma comemoração.
Circo
Não foi à direita que tentou golpe algum. Aquilo foi uma operação estimulada pelo governo e liderado por bandidos da esquerda, para criminalizar a população inocente e que não aceita tudo o que está aí de volta.
Esse é o desgoverno e esse é o Supremo, corte que envergonha o brasileiro e que é uma vergonha.
O consórcio, aliás, envergonha o país no exterior. É algo sinistro, coloca o Brasil no banco dos réus. O que tivemos na última segunda-feira no Congresso, foi um verdadeiro circo, espetáculo deprimente.