Os quatro jovens encontrados mortos dentro de uma BMW em Balneário Camboriú, no dia 1º de janeiro, foram intoxicados por monóxido de carbono, aponta laudo realizado pela Polícia Científica.
A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (12) durante uma entrevista coletiva que reuniu os peritos do caso e diversas autoridades, entre elas o secretário-adjunto Freibergue Rubem do Nascimento, o delegado-geral de Polícia Civil em SC, Ulisses Gabriel e a perita-geral da Polícia Científica do Estado, Andressa Boer Fronza.
Os investigadores já suspeitavam que a substância teria causado a morte dos jovens, já que encontraram uma falha na conexão do sistema de escape do veículo. Os laudos confirmaram as alterações irregulares, que causaram a intoxicação nas vítimas, que foi agravada pelo uso do ar-condicionado. Conforme a Polícia Civil, os responsáveis pela alteração podem ser indicados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
“A inalação de monóxido de carbono é extremamente perigosa”, destacou Alfredo Schmidt-Hebbel Busch, médico e gerente técnico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), um dia após os jovens serem encontrados sem vida. “Primeiramente porque o gás não tem cheiro, o que dificulta que a pessoa perceba que está inalando. Segundo porque o monóxido de carbono se liga à hemoglobina, proteína que é a responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. Assim ocorre a interrupção do transporte do oxigênio para os tecidos do corpo, mesmo quando a pessoa respira uma quantidade suficiente”.
Os corpos de Gustavo Elias, de 24 anos, Tiago Ribeiro, de 21 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos, e Nícolas Kowaleski, de 16 anos, foram transladados para a cidade de Paracatu, em Minas Gerais, onde foram velados juntos.