Estive recentemente no Uruguai e observei a diferença entre nossa forma de fazer churrasco e a deles (parrilla). Por isso, registro aqui algumas características que diferenciam o churrasco – tão nosso, e ao mesmo tempo, tão universal!
O churrasco do Sul do Brasil é um prato típico, um ritual, um hábito muito presente. Até os pequenos apartamentos são desejados quando têm churrasqueira na sacada, até em festa de casamento o churrasco é uma boa escolha. Em praticamente toda cidade nos Estados do Sul existe uma churrascaria de espeto corrido, onde se pode saborear vários cortes de carne. Por aqui, a carne, geralmente em cortes grandes ( costela, picanha inteira) é preparada distante da brasa. Ao colocar a mão no local ideal para assar, ela consegue resistir por cinco segundos. O churrasco brasileiro é feito em espetos, na sua grande totalidade.
Nos vizinhos Argentina e Uruguai, o assado se chama “parrilla”, e a carne fica sobre a grelha, mais perto da fonte de calor. Em geral, é mais usada a lenha. Praticamente todo o “boi” vai para a grelha, em cortes menores, com maior popularidade : “ojo de bife”, assado de tiras, vazio… É muito frequente assarem legumes na grelha simultaneamente.
Há ainda maior variação no churrasco dos Estados Unidos, onde vemos menos churrasqueiras a carvão, e mais elétricas ou a gás. Os defumadores são muito usados por lá, acentuando o sabor das carnes e valorizando cortes mais duros, provenientes dos músculos, por exemplo.
Com o acesso a programas de TV, viagens, informações e até pela proximidade de nossas fronteiras, nosso churrasco recebeu grande influência de outros estilos. Independente da forma de preparo, e dos cortes de carne escolhidos, o mais importante é saborear um churrasco no seu ponto de carne preferido, com bons acompanhamentos ( eu amo farofa, salada de batatas, legumes assados…) e boas companhias. Que assim seja em 2024!