Temos alguns equívocos linguísticos que deviam ser revistos, afinal, não passam de ignorância ou mau-caratismo. Exemplo? Alguém pergunta para um amigo: – Fulano, o que tu achas do beltrano? E a resposta é rápida:- “Ah, acho que ele é um palhaço”! O que o sujeito quis dizer? Quis dizer que o outro é um nada, um abobado da vida, um palhaço, com nós também dizemos sobre muitas pessoas. Baita ignorância e falta de educação. Vamos lá. Vamos ao chimarrão, no meu caso uma espécie de psicoterapia, de meditação, um momento de relaxar. Será? Cinco da tarde, ajeito a cadeira, “calibro” a bomba na cuia e vou “viajar”, viajar no mundo do circo. No canal Educação há um programa chamado – Palhaçaria. Isso mesmo, Palhaçaria. Um programa gravado no mundo dos circos, dos cirquinhos, daqueles bem pobres, muitas vezes. Entrevistas, imagens, a rotina, enfim, do pessoal que trabalha nesses circos, palhaços, equilibristas, mágicos, artistas diversos. Meu Deus, não raro me dá vontade chorar, chorar de admiração, de inveja daquele pessoal, dos que fazem circo não pelo dinheiro, mas pelo amor à arte, uma arte milenar, indispensável à vida tóxica de todos nós. Os caras do circo, homens e mulheres já de uma boa idade, contam nesse programa casos, fazem desabafos, sobretudo falam de sua paixão pela vida debaixo das lonas. Contam, por exemplo, que às vezes precisam ir ao centro fazer uma compra, vão e voltam rápidos, ansiosos, angustiados pela vida que eles veem “lá fora”, a nossa vida, leitora, uma vida que pensamos ser bem melhor que a deles, os “palhaços” do circo. O pessoal do circo fala com o coração, fala de seu amor pelo que fazem, falam da união do grupo em que vivem, falam da feliz anestesia que os envolvem quando estão numa apresentação. Os entendo da cabeça aos sapatos, tenho deles a maior inveja. E os bocós, maioria absoluta aqui do lado de fora do circo, se achando, chamando pessoas de “palhaças” quando na verdade palhaças são elas, que amam errado, trabalham só pelo salário, convivem num ambiente familiar tóxico e não sabem o que é fazer adultos e crianças rir, aplaudir e voltar para casa contando histórias. Palhaçaria, pessoal, que inveja de vocês! E quem é que mora no circo? Óbvio, a felicidade.
PALHAÇOS
Quantos e quantos palhaços, esses sim palhaços, vivem fora das lonas do circo? Gente da política, dos empreendedorismos, dos doutorados fajutos, das leis de aparência, gentinha se achando… Acham uma graça debochada dos palhaços que de palhaços nada têm, são artistas da vida, gestores de risos e felicidades. Que subversão da ordem dos valores nesta sociedade de falsidades e “doutores”. Credo, coitados! Aos palhaços do circo, aos artistas das lonas, minha admiração. Rindo e admirando vocês, vivemos…
JUSTIÇA
Foi em Detroit, EUA, faz dois anos. Um camarada de 15 anos, Ethan Crumbley, matou quatro colegas de escola. Entrou em sala de aula e os fuzilou. A sentença dele saiu por dia destes: prisão perpétua, sem nenhuma regalia pelo resto da vida. Prisão perpétua. É assim que se faz com vagabundos, tenham a idade que tiver. E se esse crime tivesse acontecido no Brasil? – Ah, o “gurizinho” seria tratado como criança. Hipócritas!
FALTA DIZER
Fazer filho qualquer bicho faz, mas não faz com a irresponsabilidade de certos bichos humanos. Haja vista, os descuidos com crianças nas praias. Tem sido um horror! Pais de “cio” simplesmente deixam os filhos livres, soltos. Depois vão chorar? Fazer filhos é fácil, educar e cuidar é para bem poucos.