O sol não gosta de peneira – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

25/12/2023 - 06:12

Ora, se o sol não gosta de peneira, paremos de tentar tapar o sol com a peneira. É o que mais fazemos na vida, tentar enganar, mas enganar, antes dos outros, a nós mesmos. Criamos histórias, que na Psicologia são chamados de Mecanismos de Defesa do Ego, para não vermos as bobagens por que lutamos ou escancaradamente desejamos. Desejos errados, mais das vezes. Na verdade, estamos tentando tapar o sol das nossas emoções com a peneira das nossas desculpas. Hoje, neste mundo ensandecido, não raro fazemos coisas no piloto automático. Muitos dos nossos “gostos” são gostos do rebanho, do grupão, e para não ficar de fora entramos nas frias. Digo isso para resumir um trecho que acabei de reler. Li-o pela primeira vez quando devia ser um adolescente, uma verdade tão velha quanto o sol. No resumo, é o seguinte – “A música é extremamente importante para a saúde cardíaca, para evitarmos doenças coronarianas, o preâmbulo do infarto. Os batimentos do coração costumam acompanhar os ritmos e compassos do ambiente. Melodias mais calmas aplacam a ansiedade e equilibram a respiração e a qualidade do sono…” O texto era longo, fiz um resumo. Agora me diga, onde você vai ouvir essas músicas? No mundo de hoje não há mais ingênuos nem impossibilidades. A boa música pode estar na palma da mão… Engraçado, alguns, quando a cerração dos desesperos baixa sobre suas cabeças, procuram pela meditação e ritos parecidos. Vão para os SPAs e, dentre outros ritos, ouvem a tal música calma, relaxante. Curam-se. Dizer que os jovens são avessos a essas músicas até pode ser verdade, todavia, uma verdade alicerçada sobre o deserto musical brasileiro. Deserto sim, o que ouvimos por aí não é música, são gritos, uivos, estridências sem pé nem cabeça, barulhos, não mais. – Ah, mas quem disser que não gosta desses barulhos é tiozinho, é velha, é gente do passado…! Quem diz isso diga mais tarde ao chegar à UTI, claro, se puder falar. Vivemos num mundo de quinquilharias pessoais, poucas pessoas confiáveis, maioria transtornada, hábitos e usos completamente insanos e depois esses tipos vão se queixar da sorte? Vão dizer o quê ao chegar perto do ponto final? O coração não é bobo, ele é, isso sim, agredido, bombardeado por ruídos, não música. Música é outra coisa…

GRUPO

Acho que já falei disso aqui… Aquela história de que somos “em resumo” as cinco pessoas com as quais mais convivemos, não há como escapar. Essas pessoas nos formam, nos direcionam e nem nos damos conta. Até certo ponto dá para evitarmos um pouco desse “contágio”, a questão é ter consciência desses perigos e ter como evitá-los. A família, por exemplo, é uma encrenca, não há família 100% trigo limpo. Então, salve-se quem puder…

AMIGOS

Gosto do Papa Francisco, de 10 coisas que ele diz concordo com oito, por aí. Vivo reclamando por aqui de algo que ele reclamou dia destes. Durante encontro com teólogos no Vaticano, o Papa disse que a masculinização da Igreja foi o grande pecado da Igreja. Bah, na mosca. Não tem cabimento os altares lotados de homens, todos fantasiados do mesmo jeito e nenhuma mulher por perto. Isso vai acabar? Vai, no Juízo Final…

FALTA DIZER

Credo, que nojo desse tipo de mulher! Uma casada com um cantor famoso (que de famoso só tem o nome, sem voz, sem ritmo e sem postura) dizendo que sabe das traições do maridinho, mas – “Finjo não ver”, diz ela. E se fosse o contrário, ele fingiria? Leviana!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.