O sétimo livro de Jura Arruda nasceu de uma provocação. Ao participar da Feira do Livro de Florianópolis, sua produtora na época lhe perguntou por que não escrevia um livro tendo a bicicleta como tema, já que Joinville é conhecida como a cidade delas. No caminho de volta, surgiu o título: “Dona Zica Roda o Mundo”.
Apesar de ter chegado a Jura por vias, digamos, incomuns, o novo livro traz elementos caros ao escritor joinvilense e que regularmente permeiam suas obras infanto-juvenis, como a infância e um certo apego ao passado.
Aqui, tudo acontece no dia da mudança da família do menino Bartolomeu. Pouco antes da partida, ele encontra a velha e abandonada bicicleta do avô. Um forte laço é criado, a história de Djibo vem à tona e faz nascer em Bartolomeu um sonho, do qual Dona Zica faz parte.
Jura conta que desejou que o protagonista fosse negro e que a trama remetesse, de alguma forma, à África. Sem, no entanto, forçar barras.
– O personagem entra na história de maneira natural. Poderia ser oriental, branco, indígena. É negro, naturalmente. Acho que essa é minha bandeira agora, dar às minorias o protagonismo, sem precisar de discurso. Eles apenas estão na história, humanamente, naturalmente, sem diferenças. Me parece uma boa maneira de praticar a inclusão.
Com ilustrações de Fabricio Porto, “Dona Zica Roda o Mundo” já pode ser encontrado no Café Literário da Editora Areia (rua Iuna, 63, Costa e Silva) ou pelo e-mail [email protected].
13/04/2018 - 09:04 - Atualizada em: 16/04/2018 - 14:04