Jaraguaense constrói o próprio equipamento para escalar montanha na Bolívia

Por: Elissandro Sutil

02/08/2016 - 14:08 - Atualizada em: 02/08/2016 - 14:22

Os jaraguaenses adeptos de uma boa aventura estão se superando cada vez mais. Olha só, na semana passada, o montanhista amador Glauco Rhuan Manske chegou ao cume da montanha Huayna Potosi, com mais de 6 mil metros de altitude, localizada na Cordilheira Real, na Bolívia.

Para essa escalada foram necessários seis meses de preparo físico e psicológico, sem contar o manuseio de equipamentos. Mas, ele inovou! Saca só: buscando fazer uma escalada diferenciada, Glauco usou seu conhecimento de engenharia, para projetar e fabricar parte do equipamento necessário, como por exemplo o piolet (semelhante a uma picareta de gelo, símbolo já consagrado de escalada em gelo).

glauco-escalada-montanha

Segundo ele, projetando o próprio equipamento, fez com que começasse a escalada 6 meses antes e tornou a aventura ainda mais autoral. “Gosto de fabricar as coisas, por exemplo, meu skate longboard e também minha parede de escalada indoor. Estes fizeram parte do meu treinamento físico”, conta Manske. “Pessoas me ajudaram a fabricá-lo, e ao saberem que cheguei ao cume elas puderam sentir que fizeram parte dessa história”, diz. Além do piolet (picareta de gelo) ele também mandou costurar roupas térmicas para se proteger do frio durante a escalada.

Pilot

Piolet fabricado pelo montanhista

Mas não foi só isso, ele também fez todo o cronograma de treinos sozinho, assim como o controle de batimento cardíaco e saturação do sangue durante a escalada, tudo feito através de estudos em livros e artigos científicos. “Todo esse preparo me deu motivação, e confiança para escalar”, complementa o montanhista.

O jaraguaense saiu sozinho rumo ao Altiplano Andino, região que permaneceu até aclimatar o organismo à altitude, e então iniciou a escalada. Foram três dias escalando a montanha, até chegar ao cume. :O
13682009_1228335303865281_730358554_o

Glauco (dir) junto do guia boliviano que o auxiliou

“Embora as condições de gelo e vento não estavam favoráveis, a preparação física que fiz e meus equipamentos, foram cruciais para o sucesso na escalada”, comenta Manske. No dia da chegada ao cume, fazia -10°C, mas mesmo assim ele persistiu e teve a oportunidade de curtir uma bela paisagem ao acompanhar o Sol nascer por trás da Cordilheira.

DSC_5169

Esta foi a terceira montanha nos Andes escalada pelo Glauco, que vê na prática esportiva uma forma de se manter saudável fisicamente, superar desafios pessoais e adquirir conhecimento. Para alcançar seu objetivo, foram necessários leituras de livros técnicos e artigos sobre medicina de alta montanha, garantindo assim maior segurança para o período em que esteve escalando.

13681985_1228340477198097_986180925_o

Glauco no cume do Chacaltaya, montanha com 5.425 metros, que subiu como parte da aclimatação, dias antes de escalar o Huayna Potosi (ao fundo)

Fotos: Arquivo Pessoal/Glauco Manske