Umas das principais tendências para os próximos três anos é a desindustrialização da China e isso abre oportunidades para o Brasil. Contudo, é necessário ter um ambiente de negócios competitivo, disse o economista e diplomata Marcos Troyjo. Ele participou de reunião do Conselho Estratégico da Indústria Catarinense da Fiesc, que reúne algumas das principais lideranças do setor no estado. O encontro foi realizado nesta segunda-feira, dia 20, em Florianópolis.
“A China está se desindustrializando por várias métricas, mas a mais importante delas é a diminuição da atividade manufatureira”, explicou, observando que essa produção está migrando para outros países como, a Índia, que tem um moderno programa de política industrial, o México que tem se tornado uma plataforma de exportação, Vietnã e Bangladesh. Na visão dele, a tônica do crescimento da economia mundial não se dará mais nas economias maduras, mas sim, nas economias em desenvolvimento, com grande contingente de pessoas.
No contexto do novo ciclo econômico e dos desafios e oportunidades que se apresentam, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destacou a atuação da entidade por meio do Programa NeoSC. “A neoindustrialização oferece oportunidades para Santa Catarina, que pode aumentar a participação da indústria na geração de riquezas, mas o estado precisa vencer desafios como a melhoria da infraestrutura de transportes e do ambiente de negócios e investir na educação”, afirmou.
Outros temas abordados na reunião foram as ações em educação e aprovação da reforma tributária. O diretor de educação da Fiesc, Fabrizio Machado Pereira, apresentou as principais ações de Sesi e Senai na área de educação, com destaque para os investimentos que estão em curso para ampliar o atendimento da indústria na área. O diretor de inovação e competitividade da Fiesc, José Eduardo Fiates, apresentou detalhes do NeoSC.
Em relação à reforma tributária, o economista-chefe da Fiesc, Pablo Bittencourt, destacou que o projeto aprovado no Senado preservou pilares básicos. Como exemplo, citou a tributação no destino (limita a guerra fiscal), não-cumulatividade (quase plena), desoneração das exportações, legislação única em todo território nacional e redução do contencioso tributário. Contudo, o elevado número de exceções a diversos setores, incluído no texto final do Senado, vai aumentar a alíquota geral (que deve ficar entre 26% e 27,5%) que será paga pela grande maioria dos contribuintes, provavelmente a maior do mundo.