O que difere o professor da atualidade para aquele de décadas atrás? Quais as competências necessárias para o trabalho de excelência do docente diante de um cenário de tantos estímulos e informações por todos os lados? A resposta destes questionamentos são amplas e fazem parte do constante processo de atualização na Unesc.
A Universidade, que conta com mais de 750 professores e forma, há 55 anos, novas gerações de profissionais do saber e do transmitir conhecimento, exerce papel de protagonista na missão de ensinar a ensinar.
Neste Dia do Professor (15/10), a Universidade promove a reflexão sobre as competências contemporâneas do professor universitário e da educação básica.
Para a reitora Luciane Bisognin Ceretta, ao ocupar este espaço com dedicação o profissional merece reconhecimento pelo papel excepcional que exerce na sociedade.
“Precisamos valorizar e enaltecer o papel desses profissionais que escolhem a docência como missão, que lutam na constante atualização em nome do bem ensinar. São constantes desafios sustentados pelo desejo de colaborar com a formação do outro. Isso é muito especial”, destaca.
Um ecossistema como o da Universidade, que pulsa transformação de vidas e vibra conhecimento, tem como base o professor e sua dedicação.
“Eles são protagonistas em todas as áreas. Capazes de inspirar, motivar, ser a mola propulsora na vida dos estudantes. Temos aqui o esforço de cada um que se transforma em uma força sem tamanho”, acrescenta.
Presente e futuro de conquistas e desafios
Diretor de Ensino de Graduação da Unesc, Marcelo Feldhaus lida diretamente com os desafios do cenário da educação e precisa estar sempre à frente na busca de soluções e caminhos a apontar na Universidade.
Para ele, uma das principais inquietações do professor da atualidade é a integração das tecnologias digitais ao processo de ensino e aprendizagem.
“Isso tudo mantendo o engajamento, autonomia e protagonismo dos estudantes em um ambiente repleto de distrações e adaptando-se às constantes mudanças no cenário educacional”, comenta.
Para ele, entre o que era considerado ideal no passado e o que se espera da educação atual e futura, alguns aspectos devem ser mantidos.
“No modelo de ensino e aprendizagem tradicional, é possível manter a valorização do relacionamento professor-estudante e a importância da interação humana no processo educativo de modo dialógico. No entanto, é preciso alterar a abordagem centrada apenas no professor, incorporando abordagens pedagógicas mais participativas, colaborativas, flexíveis e adaptadas às necessidades individuais dos estudantes, bem como integrando tecnologias e recursos digitais para diversificar a experiência de aprendizagem”, acrescenta.
A professora Gislene Camargo, coordenadora-adjunta do curso de Pedagogia, assessora pedagógica da Diretoria de Ensino e dona de vasta experiência na educação infantil na bagagem, avalia que mesmo que tudo mude, o que permanece é a essência da educação.
“As pessoas não são as mesmas, o mundo não é o mesmo, mas a essência do educar é a mesma”, garante.
Apesar da necessidade de ensinar sobre inovação e tecnologia, conforme Gislene, o conceito de ensinar com atividades práticas desde a infância segue sendo promissor.
“Na educação infantil por exemplo, hoje há uma corrente muito forte que fala sobre o ‘desemparedamento’ da criança, ou seja, tirá-la das quatro paredes. Isso porque temos outros jeitos de aprender, problematizando, investigando. Um conceito que conversa muito com a prática acadêmica também, mas é uma realidade já desde os primeiros anos de escola e faz toda a diferença”, acrescenta.
Em ambos os cenários os desafios são muitos. Mesmo com a tecnologia a favor da educação, as mudanças de hábitos cenários fazem com que seja necessário se ressignificar. Neste processo de novos significados, conforme Gislene, se destaca a importância de formar professores preparados para lidar com todas as diferenças.
“Há muitos anos quando fiz a graduação nós não tínhamos essa visão sobre os diferentes alunos. Hoje, ao formar profissionais nas Licenciaturas, temos um olhar muito cuidadoso à singularidade em todos os sentidos. Prezamos pela formação de professores que saibam acolher, instruir e ensinar. Não precisarão dominar todas as teorias, mas precisam saber lidar com situações reais, fazer os encaminhamentos corretos e o acolhimento quando necessário. Assim eles estarão prontos”, detalha a professora.
Para ela, seja na escola de educação infantil ou na Universidade, os desafios são proporcionais.
“Ensinar crianças é tão complexo quanto para acadêmicos. São níveis diferentes de conhecimento, mas todos de extrema importância em cada processo. Seja onde for, o professor deve ser exemplo, inspiração e incentivo. Vibrar com a conquista de um aluno é o que nos move. É isso o que transmitimos àqueles que serão os professores daqui para frente”, define.
A Unesc é referência em toda a região na formação de professores para a educação básica. Com investimento próprio como colaboração ao desenvolvimento da região, a Universidade tradicionalmente oferece bolsas de estudo nos cursos de Artes Visuais, Ciências Biológicas, Ciências da Religião, Física, História, Geografia, Letras/Língua Portuguesa, Letras/Inglês, Matemática, Pedagogia e Química, sendo a responsável, há décadas, pela formação dos professores que estão em salas de aula em toda a região Sul de Santa Catarina.
“Costumamos dizer que esse é um dos grandes papeis da Unesc na sociedade. Temos orgulho em dizer que os nossos egressos ocupam espaços de destaque nas salas de aula e fazem a diferença em seus espaços. Nós não só oferecemos formação, mas oferecemos excelência e constante atualização para que eles sejam nossos focos de luz na educação por onde forem”, pontua a reitora Luciane.
Universidade preparada para o que virá
Conforme Feldhaus, os estudos indicam que a educação na próxima década será caracterizada por maior flexibilidade, personalização, integração da tecnologia e retomada das interações humanas.
“Haverá uma ênfase crescente nas habilidades do século XXI, como pensamento crítico, colaboração e adaptabilidade”, comenta.
Todos esses termos já são conhecidos por quem transita na Unesc. Isso porque a Graduação Multi, modelo de ensino aprendizagem adotado pela Universidade, permite aos estudantes combinar disciplinas e áreas de estudo de acordo com seus interesses e objetivos de carreira e se enquadra perfeitamente nessa expectativa.
“Por meio da aprendizagem pela experiência, a Graduação Multi oferece uma abordagem múltipla, interdisciplinar e adaptável à educação, preparando os alunos para um mundo em constante mudança e interconexão, no qual a capacidade de integrar conhecimentos de diferentes áreas será essencial. Estamos muito atentos a isso e por isso lapidamos nossos processos ao longo dos últimos anos. Nossos estão literalmente por dentro do que é o futuro da educação”, pontua ainda Marcelo.
Celebrações
O Dia do Professor (15/10) foi celebrado na Unesc com um café especial dedicado aos docentes e colaboradores na tarde de quarta-feira (11/10). Na oportunidade, a gestão universitária aproveitou para anunciar o destaque da Unesc na 4ª edição do prêmio “Lugares Incríveis para Trabalhar”, pesquisa de clima organizacional na qual a Universidade figurou entre as 60 melhores organizações do país para trabalhar, sendo a única do ramo entre as melhores.