A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC) lançou seu primeiro relatório, nesta sexta-feira (8), que destaca um cenário alarmante para o aumento da temperatura global. Segundo o documento, a Terra pode enfrentar um aumento de temperatura de 2,6ºC até o ano de 2100, caso ações mais eficazes não sejam implementadas para conter o colapso climático.
Embora haja progressos na implementação de compromissos visando limitar o aquecimento global, o relatório adverte que a comunidade global ainda não está no caminho certo para cumprir os objetivos de longo prazo do Acordo de Paris, assinado em 2015.
O relatório do painel de cientistas da ONU traz as seguintes descobertas:
- O Acordo de Paris trouxe avanços relevantes, mas a comunidade global ainda não está no caminho certo para cumprir os objetivos de longo prazo do acordo.
- As ações em andamento não são suficientes para manter os níveis de temperatura abaixo do aumento de 1,5°C a 2,0°C, patamar mínimo para evitar impactos ambientais e sociais graves decorrentes das mudanças climáticas.
- Houve avanços significativos na redução da expectativa de aumento de temperatura ao longo das três décadas de colaboração global para combater as mudanças climáticas. Em 2010, a projeção era de um aumento de até 4,8°C, mas em 2015, com a adoção do Acordo de Paris e dos compromissos assumidos pelos países, a expectativa reduziu para 3,2°C.
- O relatório aponta que o aumento esperado de temperatura pode ser reduzido para 2,1°C, no máximo, caso todos os compromissos assumidos na COP27, conferência da ONU no Egito no ano passado, sejam totalmente implementados.
Enquanto essas preocupações com o aquecimento global são destacadas, a cúpula do G20, que acontece na Índia, aborda questões de governança global e sustentabilidade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa o Brasil no evento, que tem a presidência simbólica do país até novembro de 2024.
Na cúpula do G20, Lula discutirá temas como inclusão social, desenvolvimento sustentável e reforma das instituições de governança global. O Brasil presidirá o G20 e sediará a cúpula de chefes de Estado e de governo dos países do bloco no Rio de Janeiro.
O presidente também defenderá a adesão da União Africana ao G20 e uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, visando uma representação mais equitativa. Atualmente, apenas cinco países têm assentos permanentes no Conselho de Segurança, e Lula propõe a inclusão de nações como Brasil, Japão, Alemanha, Índia e África do Sul.
A agenda de Lula na Índia inclui reuniões com líderes de diversos países, sessões da cúpula do G20 e a discussão de temas cruciais para o futuro sustentável do planeta. A programação se estende ao longo do fim de semana e envolve compromissos variados, desde sessões de trabalho até encontros bilaterais e uma entrevista coletiva à imprensa.