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Taxa de juros do cartão de crédito vai “cair muito”, diz Haddad

Foto: Reprodução/Internet

Por: Pedro Leal

02/08/2023 - 13:08 - Atualizada em: 02/08/2023 - 13:42

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (2) que os juros do cartão de crédito rotativo vão cair, mas que as taxas devem permanecer altas até que o governo chegue a um consenso com os bancos e a um “sistema mais saudável”.

Ele anunciou também que governo e bancos trabalham em uma medida que vai limitar os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito. A medida deve ficar pronta em até 90 dias.

O anúncio ocorre dois dias depois do ministro ter tido uma reunião com presidentes e representantes de alguns dos maiores bancos que operam no país, como Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual, além da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Haddad diz que o governo trabalha para contratar com o sistema bancário uma “transição” para um sistema melhor que diminua os juros cobrados, hoje em 437,3% ao ano. “Teremos um freio”, disse o ministro ao Canal Gov.

“Vai cair. Quando eu falo gradualmente, não é que vai cair de 430% para 420%. Vai cair muito, mas, mesmo caindo muito, vai continuar alto por um tempo até a gente cumprir uma transição. O que vamos contratar no sistema bancário é uma transição para um sistema que seja mais saudável do que esse.”

Em entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro, Haddad destacou o “freio de arrumação” dado pelo governo na economia neste primeiro semestre – incluindo a redução da inflação, o que abre espaço, segundo ele, para a queda dos juros.

“Está todo mundo trabalhando na mesma direção, para arrumar a casa. Ao arrumar a casa e tendo esses benefícios – queda da inflação, queda do dólar –, tudo isso aponta numa direção técnica de um corte mais consistente. Hoje, o mercado está pendendo mais para 0,5 do que para qualquer outro número”, completou Haddad.

Já sobre o Desenrola, programa de renegociação de dívidas, o ministro fez um balanço: quase R$ 3 bilhões em dívidas renegociadas até agora. O montante, segundo ele, pode chegar a R$ 50 bilhões até o fim do ano. Em setembro, o programa entra na fase de renegociação de dívidas de serviços, lojas e contas básicas, como água e luz.

Da Agência Brasil

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).