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Quem já não mentiu? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

15/06/2023 - 06:06

Chego ficar ruborizado de dizer isso. Se um dia algum “santo” tivesse passado pela Terra, esse sujeito teria sido um baita mentiroso, como, aliás, qualquer um de nós. Levante o dedo quem nunca mentiu, para o bem ou para o mal? Sabemos, há mentiras caridosas, como aquelas de jamais tirar a esperança de uma pessoa gravemente enferma. Quem faz isso devia ir, na hora, para o inferno. – “Ah, mas eu tenho que ser objetivo, a Medicina não pode esconder verdades…” Diz isso na minha delegacia, safado, diz! Há verdades e verdades. Estou nessa conversa, leitora, porque tenho lido e ouvido com frequência declarações de casais em separação. Casais de jovens ou de mais velhos. A maioria dizendo que está se separando, mas que continua se amando, só não falam mais a mesma língua, mas gostam um do outro… Mentirosos. Dia destes, falei da separação de uma atriz, 45 anos, que está voltando aos palcos e telas depois do divórcio. Ela e o marido, um bobão metido, ficaram casados por 23 anos. Divorciaram-se, mas ambos dizendo que continuam se amando. Pensam que somos trouxas? Ou foi tudo uma armação? Como é que um casamento em que os dois se amam pode acabar? Ninguém se separa de quem ama e menos ainda quando os dois dizem se amar. Vão mentir na casa do cachorro, quase que digo outro lugar… Quem ama não se separa, estou falando de um amor bilateral. Separações depois de muitos e muitos anos juntos? Muitas vezes, quase sempre, a mulher foi silenciada o tempo todo, silenciada no sentido de não poder trabalhar, de não ter sua vida pessoal e independente. Mas está na moda os falsos saírem do “alçapão” dizendo que venceram um ciclo, que não foi falta de amor o que determinou o fim da relação, aquelas lorotas todas. Bato na tecla, a amor não termina, se terminar é porque ou os dois nunca se amaram ou um dos dois “finalmente” acordou e viu que a figura que lhe estava ao lado era um traste. Mas só ver isso depois de anos e anos? Claro que viram antes, mas por interesses diversos engoliram a pílula, e só depois de um bom tempo um dos dois decidiu cuspir fora a pílula indigesta. Nojo desses tipos. Interesseiros.

FELICIDADE

Omito o nome da pessoa. Ouvi uma frase, faz pouco, de um sujeito formidável, admirável como ser humano e profissional. Esse sujeito disse que – “Não é possível ser feliz sempre no mesmo lugar”. Altamente discutível. Vivo dizendo, em sentido contrário, que podemos ser felizes sentados sobre um prego, em qualquer lugar da Terra. O que nos faz felizes é a nossa cabeça, como pensamos e como percebemos o que no cerca e nos fazem. A felicidade não é patricinha com passaporte carimbado…

VIDA

Sempre concordamos com quem pensa igual a nós… Então, concordo com um médico, o admiro muito, que diz que – “Você não se deve impor dietas inflexíveis e, uma vez por semana, esqueça as proibições. Lembre-se que até os condenados à morte têm direito ao banho de sol…”. E os romanos milenares diziam – in medio virtus, a virtude está no meio. Acho que vou à geladeira…

FALTA DIZER

Papai e mamãe, sem essa de “tá na hora do coléginho, filhinha, filhinho”! Sem essa denguice. É falar firme: – “Arrume-se, está na hora do colégio”! Sem beicinho, de outro modo fica a ideia de que ir para o colégio é um sacrifício. O sacrifício virá sem o bom aproveitamento no colégio. Ouviram, papitos?

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.