Demitido da Petrobras em 2019, em meio a escândalos e suspeitas de corrupção, o ex-gerente-executivo de comunicação Luís Fernando Nery foi novamente indicado para o mesmo cargo pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates.
A informação é da Coluna de Malu Gaspar, no Jornal O Globo.
Ele foi alvo de uma comissão interna de apuração (CIA) da Petrobras depois que uma reportagem do GLOBO revelou, em 2016, que a companhia havia gasto mais de R$ 1 milhão em valores da época com ingressos em camarotes no carnaval da Bahia para políticos e auxiliares da então presidente Dilma Rousseff, além de patrocinar o trio elétrico de um parente do chefe de gabinete do ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli.
Em maio de 2019, ele foi demitido após um acordo com a estatal, em meio às investigações que só terminariam no ano seguinte – com a conclusão de que Nery foi de fato responsável pelas irregularidades e deveria ter sido demitido por justa causa.
O comitê de conformidade da estatal deve recomendar o veto à recontratação.
Na gestão Prates, a gerência-executiva de comunicação será diretamente subordinada à presidência da Petrobras. Se vier a assumir o cargo, Nery terá sob sua alçada verbas de R$ 150 milhões para a contratação de agências de publicidade e de comunicação e patrocínios.
Antes do afastamento, ele já havia sido investigado por corrupção. Ele foi convocado a depor na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados que investigou desvios de verbas por parte de Organizações Não Governamentais (ONGs) patrocinadas pela companhia e em 2012, foi alvo de denúncias de que ele, responsável pelo patrocínio da petroleira às escolas de samba do Rio de Janeiro, forçou a escolha de sua mulher, Patrícia Nery, para rainha de bateria da Portela – desbancando a atriz Sheron Menezes.