O agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, disse em entrevista à TV Globo que estava no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro para “retirar os invasores de lá” e que sua imagem foi “retirada de contexto”.
As informações são do G1.
Ele pediu demissão após aparecer em vídeo divulgado pela CNN Brasil circulando, com funcionários do GSI, entre os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
Nas imagens, um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro funcionário do órgão entrega água mineral para os vândalos.
“Eu cheguei ao palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável”, afirmou Dias, que é general.
Em entrevista ao portal G1 (abaixo), Dias diz que foi feita uma “montagem” e que estava no planalto para “retirar extremistas”. Ele também critica o vazamento das imagens.
“Colar na realidade a minha imagem, aquela situação momentânea que estava ali, colar minha imagem, aquele major distribuindo águas a manifestantes. Fizeram um corte específico na produção, na produção dos vídeos que vocês olharam”, disse.
O ex-ministro afirmou também que militares que aparecem ajudando manifestantes devem ser punidos. Ele citou especificamente um major que estava distribuindo água.
“Quem tiver algum envolvimento, que seja punido. Inclusive aquele major. Aquilo é um desvio de atitude aqui de dentro”, argumentou.
“Câmera não estava funcionando”
Esta é a segunda versão de Dias para as imagens divulgadas nesta quarta-feira pela CNN. Em Janeiro, segundo a coluna de Andreia Sadi, no portal G1, ele afirmou ao Governo Federal que a câmera que o gravou durante invasão ao Palácio do Planalto não estava funcionando.
A divulgação das cenas levou à queda dele do posto de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A versão do não funcionamento da Câmera foi dada depois que foi pedido ao GSI que reunísse as 160 horas de gravação do planalto. Quando terminaram de assistir, o chefe de gabinete de Lula, Marcola, questionou onde estavam as imagens da câmera em frente à sala presidencial, que não constavam no resumo apresentado pelo GSI.
Marcola e Rui Costa, ministro da Casa Civil, ouviram de Dias que aquela câmera não estava funcionando, não estava operacional- por isso, não teria filmado.