Estamos em meados de abril. Maio é logo ali, e Santa Catarina receberá uma figura ilustre. Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais. Ele vem ao estado atendendo a um convite de seu colega Jorginho Mello, mas também do LIDE, grupo de lideranças empresariais para palestra.
O mineiro é um presidenciável. Primeiro porque acertou, consertou as contas de MG, estado que ele pegou falido, quebrado. Pelo PT, na gestão de Fernando Pimentel. Minas não tinha crédito, os servidores públicos sequer recebiam os salários! Nessa realidade, chegou um empresário, quieto, tranquilo e elegeu-se governador. Fez uma gestão tão exitosa que conquistou a reeleição no primeiro turno. Mesmo tendo como adversário o ex-prefeito de BH, Alexandre Khalil, sendo respaldado por Lula da Silva. É este cidadão e líder que virá ao estado. Pela sua perspectiva eleitoral naturalmente que no espectro de centro, de direita, é um nome natural, mais do que Tarcísio de Freitas, um carioca que se elegeu governador de São Paulo. Este está, contudo, no primeiro mandato.
Mineiramente
Zema é a bola da vez. Concluirá seu segundo mandato em Minas Gerais justamente em 26.
Inelegível
Mas, e Jair Bolsonaro? Estará inelegível, inevitavelmente. Sua mulher, Michelle, é nome para compor chapa. Seja com Zema, seja com Tarcísio.
Café com leite
Os dois poderiam compor uma chapa? Poderiam formar dobradinha e receber o apoio do casal Bolsonaro. Não se pode descartar tal encaminhamento.
Novo e nanico
E o que Zema tem a ver com Santa Catarina e o governador? O Novo tem um único prefeito no Brasil.
Dos 5.565 municípios brasileiros, o partido só administra Joinville. Tudo bem, é a principal cidade catarinense e a terceira do Sul.
Só um desastre
Adriano Silva, jovem empresário, eleito prefeito e que realiza uma excepcional administração. Todas as pesquisas lhe proporcionam aprovação que nunca é inferior a 80%. Ao natural, tem encaminhada uma reeleição tranquila. A menos que haja uma hecatombe, o que parece pouquíssimo provável.
Projeção
Como estamos falando de Joinville, Silva passa a ser especulado como candidato natural ao governo catarinense em 2026.
Hesitando
Em conversas reservadas, ele nega peremptoriamente a possibilidade de deixar a prefeitura e concorrer ao Executivo estadual. A ideia é completar a missão em Joinville de um hipotético e provável segundo mandato. Mas ele será pressionado no sentido de apresentar-se como opção em 2026.
Um pé e meio
Tudo leva a crer, preliminarmente, que ele será candidato à reeleição pelo Novo. Só que o partido está caindo, literalmente, pelas tabelas. Tinha oito deputados federais e elegeu três no ano passado. Um gaúcho, uma paulista e o catarinense Gilson Marques. A legenda, apesar de nova, não tem mais fundo eleitoral e nem partidário; nem espaço de rádio e TV.
Matar ou morrer
O partido terá que buscar uma fusão, uma federação. Líderes da sigla rechaçam essa opção, inclusive Adriano Silva.
Examinando
Ocorre que Zema já fala em buscar uma outra opção partidária. O PL seria um caminho. Não se pode negar, também, a ascendência de Romeu Zema sobre Adriano Silva. Caso o mineiro migre à legenda liberal, o catarinense certamente começaria a considerar a hipótese de seguir o mesmo rumo.
Obrigado
Jorginho Mello, aliás, já convidou o joinvilense para filiar-se ao PL. O prefeito declinou.
Tripé
Tirando Décio Lima, e o próprio Jorginho, que é candidato natural à reeleição, uma terceira opção seria Adriano Silva com vistas à próxima eleição estadual.
Estratégia
O governador tenta trazer o líder do norte para perto dele, o que faz muito bem, aliás. Aguardemos se haverá algum desdobramento político-partidário depois da passagem de Zema por Santa Catarina.