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A pauta de sempre – Claudio Prisco Paraíso

Foto: Divulgação

Por: Claudio Prisco Paraíso

14/04/2023 - 07:04 - Atualizada em: 14/04/2023 - 08:08

 

O Cofem (Conselho das Federações Empresariais de SC) reuniu-se, na terça, em Brasília, com o Fórum Parlamentar Catarinense. Na pauta, o tradicional pleito do estado no que diz respeito às rodovias federais que cortam a pequena, porém pujante, província. Ficamos sempre relegados a segundo plano nesse aspecto. Destaque para as BR’s 470, 280, 163, sem falar na própria 282. Alguma novidade? Nenhuma. Entra governo, sai governo, é sempre a mesma história.A pauta inicial dos membros do Cofem era com Arthur Lira, o poderoso presidente da Câmara dos Deputados.Ele acabou submetido a uma pequena intervenção cirúrgica de última hora e não pôde receber os empresários catarinenses.No jantar de trabalho com os 19 congressistas que representam o estado, estes temas entram nos debates principais.Os catarinenses em Brasília falaram, ainda, sobre os impactos da terceirização no mercado de trabalho, especialmente com a eventual aprovação da reforma tributária.

 

Prioridade zero

A prioridade é a questão logística. Indiscutivelmente. É o fator que atrapalha muito a economia catarinense, um estado empreendedor, dinâmico, diversificado. Com toda a precariedade estrutural, SC segue crescendo. Imaginem se houve investimentos mínimos em rodovias!

 

Força

Aí entra a pressão das federações para que o fórum possa marcar presença. É verdade que a polarização que segue dominando o país, acaba dificultando o processo.

 

Viés direito

Ainda mais considerando-se que vivemos em um estado essencialmente conservador e bolsonarista. Basta dar uma olhada no segundo turno de 2022. Tanto Jorginho Mello quanto Jair Bolsonaro fizeram 70% dos votos contra 30% de Lula da Silva e Décio Lima.

 

Picuinhas

Evidentemente que o resultado eleitoral não deveria servir de parâmetro para nenhum governo. Mas, considerando-se a polarização, as coisas acabam não caminhando como se espera.

 

Atenção

É forçoso reconhecer que mesmo recebendo mais de 75% dos votos no segundo turno de 2018 em SC, Jair Bolsonaro não deu a mínima atenção para a província.

 

Ao que interessa

A expectativa do meio produtivo é que o debate saia um pouco das questões ideológicas e passe a estar mais focado no contexto econômico e institucional.

 

História

Os governos do PT, os dois de Lula e o mandato e meio de Dilma, que somaram 14 anos de poder, foram melhores para Santa Catarina do que os oito anos de FHC e os quatro de Bolsonaro. Sob Lula III, contudo, as coisas estão um pouco atravessadas.

 

Senil?

Até porque Lula da Silva parece um pouco fora do ponto. Não é mais aquele que assumiu pela primeira vez em 2003, há 20 anos.

Talvez o quadro comece a mudar com a posse de Décio Lima no Sebrae Nacional. Ele já foi eleito e assumirá no retorno de Lula da China. O presidente vai prestigiar sua posse para dar dimensão nacional ao amigo catarinense. A partir daí, há quem tenha esperança de que essa interlocução possa ser mais favorável e eficiente aos interesses locais.

 

Águas passadas

Já se foi o tempo de ficar falando da eleição que passou, de quem ganhou e quem perdeu e sim das necessidades catarinenses. Ponto.

 

Colosso

Vivemos numa unidade federada que anda com suas próprias pernas, não depende de Brasília. A não ser para investimentos logísticos. A média de crescimento local fica sempre acima da nacional, em todos os setores.

 

Migalhas

Mas, para as obras infraestruturais, SC não dispõe de recursos. Moisés até investiu quase meio bilhão na última metade de seu governo, mas isso foi uma situação excepcional. Não se constitui na realidade financeira e administrativa de Santa Catarina.

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