Li a história, um relato “dolorido”, mas… Mas fiquei com um pé atrás. Faz tempo que aprendi na Filosofia que nada existe sem que seja consequência de um antecedente. Dito de outro modo, não existe efeito sem causa, tudo o que existe resultou de um antecedente.
A história que li era sobre moradores de rua em São Paulo, gente que anda tiritando diante dos rigores deste inverno. Nem vou perder tempo dizendo que muitos e muitas não querem saber de albergues ou que alguém os ajude a ir para este ou aquele lugar, mais quente, mais abrigado, com comida gratuita, isso e mais aquilo. Muitos não querem e deixam isso muito claro, preferem a rua. Ah, é? Então, batam queixo.
Mas a história que me chamou a atenção foi a de um homem de 54 anos, desses que não querem saber de albergues, que contou ter sido casado por 27 anos e que, segundo ele, viu o casamento ruir de uma hora para outra…
O “esperto” está querendo dizer que o casamento acabou sem motivo? Ora bolas, isso não existe. O que pode ter acontecido é ele ter aprontado algumas e nada boas, a mulher descobriu e o mandou pastar, quis dizer, passear. Sim, porque pelo modo dele falar ficou claro que a mulher acabou o casamento com ele. Mulher não faz isso sem motivo, mulher não faz, homem muitas vezes faz…
Então que fique claro, leitora, um casamento não acaba assim de uma hora para outra, o casamento começa a se deteriorar aos poucos, com sinais bem claros, com repetidas ações de um lado ou de outro até que… A casa caia. Mas ninguém me vai dizer que a casa caiu assim, sem mais nem menos ruídos a anteceder a queda. Conversa.
Do mesmo modo que ninguém começa a amar alguém de uma hora para outra, isso não existe, o amor exige tempo para nascer. O que existe é interesse, isso sim pode ser na hora, mas veja bem, “interesse” é atração gerada pelo fogo do desejo sexual. Amor só com o tempo, com as descobertas, aí sim, aí pode começar o amor. Do mesmo modo para acabar o amor, a relação, tudo começa com motivos, pequenos ou não, discretos ou não, mas tudo tem bases… É só querer ver. O safado morador de rua de São Paulo quis posar de bonitinho. Claro que ele o culpado pelo fim do casamento. Safado.
Ela
Tem gente que gosta da lama, para não dizer de coisa pior… Nessa história aí de cima, a dos moradores de rua de São Paulo que não querem ajuda, uma mulher disse exatamente assim ao Estadão, jornal: – “Sou livre. Não gosto de ter hora para entrar (num albergue) e sair, hora para comer, hora para tudo”! Então, te rala, ordinária. Depois, velha, não te queixes da sorte.
Falta dizer
O ano letivo está chegando à metade, daqui a pouco as férias… É bom que os pais deem uma olhada no boletim dos filhos. Não vai demorar para os vagabundos com notas baixas chegar em casa dizendo que a professora não gosta deles. Vagabundos, isso sim. É bom acordar enquanto é tempo.