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Só temos uma saída

Por: Luiz Carlos Prates

04/05/2016 - 04:05

Muito fácil, bah, facílimo… da boca para fora. Acabei de ler uma revista inteira sobre estresse – deve ser a milésima… E nessa revista (Mentecérebro) a certa altura apareceu este conselho: – “Uma forma inteligente de lidar com situações estressantes do cotidiano é não dar a elas importância maior do que têm de fato, lembrando-se de que essas circunstâncias não duram para sempre”…

Maravilha, facílimo escapar do estresse, não lhe parece? Uma ova. Se fosse assim tão fácil as pessoas não andariam por aí enfartando e morrendo, sim, porque o estresse mata. Mata aos poucos, vai debilitando funções e alterando a bioquímica do corpo, mata sim…

Mas o que me importa nesta conversa com você, é dizer que o que nos estressa não passa, mais das vezes, de uma refinada estupidez. Há duas tipos de estresse: o que podemos enfrentar e anular e o que não podemos mudar. Fácil, não é? Fácil coisa nenhuma. Uma bobagem que me faça sobressaltado, ainda que minha razão me diga que é uma bobagem, não me basta para sossegar o pito e ficar tranquilo. O que me estressa me estressa porque empresto a esse estímulo, fato, pensamento, o que seja, uma importância que não vem da coisa em si mesma, mas de mim como percebedor.

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Nada, absolutamente nada, grosso modo, nos pode tirar do sério sem que concordemos. Estou cansado de dizer que o estresse resulta de uma percepção pessoal, isto é, o modo como a pessoa percebe o fato e a ele reage, aí está a possibilidade do estresse. Vale repetir, o estresse é o que mais mata pessoas pelo mundo. A impressão, todavia, é que não, que não é assim, mas é…

E quanto a dizer que o que nos estressa cedo ou tarde passará, sim, passará, mas isso vale para a vida em si mesma. Todos vão morrer, ora bolas, cedo ou tarde tudo acaba para todos. A melhor maneira de diminuir o estresse é o velho princípio budista do “desapegar-se”, não dar bola para quase nada. Eu não consigo. O Dalai-Lama perde os cadernos todos os dias, claro que perde, ele é humano. Para escapar do estresse, que é um medo, estresse é sempre medo, só há uma saída morrer. Serve?

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.