Sonhos pelos quais não se corre atrás geram um “passivo” tanto mais inadministrável quanto mais perto a vida vai se esvaindo
no tempo, energia e acuidade sensitiva.
Não há quem não sonhe, dormindo ou acordado; e não há quem vá realizar todos os seus sonhos. Sonhar é preciso e talvez por isso, especialistas insistem tanto para que os pais não realizem todos os desejos de seus filhos. Sim, se tudo o que se quer, pudesse vir como em um passe de mágica às mãos, a vida perderia o sentido, e então talvez se adoecesse.
Sim, existem muitas utilidades para os sonhos que não se realizam. A primeira delas é exatamente a percepção e a aceitação de que não se pode ter tudo que se deseja e o mundo não está aí para nos satisfazer. Por exemplo, crianças muito novas, ainda em fase do egocentrismo, acreditam que o mundo gira em torno delas e o natural é que, com o passar do tempo, percebam que não é assim que as coisas acontecem.
Por isso, alguns adultos, cujas vidas foram muito abastadas ou que tiveram pais que cometeram o grave erro de satisfazer todas as suas vontades, cresceram acreditando que todos os sonhos – que todos os desejos – seriam realizáveis. As consequências disso são horríveis visto que, quase certo, tornaram-se pessoas cronicamente insatisfeitas e que perderam a capacidade de sonhar.
Não ter tudo o que se quer leva ao contato com um importante sentimento: o da frustração. E, provavelmente, esta seja a principal função dos sonhos não realizados: frustrar-nos. Aprender a lidar com a frustração é, então, uma questão de sobrevivência e um dos caminhos para a felicidade, pois indivíduos tolerantes à frustração são mais felizes.
Por outro lado, a motivação é o que impulsiona cada um de nós; é o que nos faz levantar da cama todos os dias e seguir em busca da sobrevivência, bem como, algo que se possa conceituar como um sonho a ser realizado.
Em outras palavras, não se deve apenas viver. É preciso sonhar e quem sabe realizar algum dos desejos próprios durante a caminhada.
E, como sonhos raramente têm habitat em único lugar, por exemplo, no lugar onde se nasce ou se vive até a fase adulta, eles voam, muitas vezes, até os mais longínquos rincões.
Por exemplo, este colunista, há muito, sonhava em conhecer Israel (a terra do judeu Jesus Cristo e da maior quantidade de prêmios Nobel e ricos do mundo) e a Grécia (berço da civilização ocidental e de grandes matemáticos e pensadores).
Quando seria? De início, nenhuma data planejada, mas o estopim, de repente, surgiu: a Maratona de 42,2 km de Jerusalém.
Pavio aceso, nada mais segurou a ansiedade. Assim, de uma hora para outra, foi juntado o ‘útil’ (a necessária ida a Portugal, por causa do Pós Doc na University of the Future, na cidade do Porto) ao ‘agradável’: turismo com história em Israel (Jerusalém, Tel Aviv, Nazaré, Cesareia, Cafarnaum, Belém, Galileia, etc.) e na Grécia (Atena e Larissa/nome da minha filha).
Fui e voltei. O que foi trazido ?!? “somente” curiosidades afagadas, histórias com grandes ensinamentos e, principalmente, estórias, fábulas, contos milenares – passados de boca em boca – e conteúdos mitológicos. Mas, provavelmente, o mais importante (ou triste ?!?), dúvidas atrozes acerca de textos do Torá e da Bíblia.
Mas e então ?!? afinal, o que isto significará de “ativos” para a tocada da vida adiante ?
Muito e pouco, mas uma certeza há: sonhos pelos quais não se corre atrás geram um “passivo” tanto mais inadministrável quanto mais perto a vida vai se esvaindo no tempo, energia e acuidade sensitiva.
Afinal, William Shakespeare, tido como o maior escritor do idioma inglês, disse: “nós somos do tecido de que são feitos os nossos sonhos”.
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Emílio Da Silva Neto
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