Falante, bem humorado, dinâmico e com carisma incontestável, Bruno Weiller, 72 anos, é o célebre garçom que atente a “mesa 12”, localizada na garagem do Bar do Sérgio, na esquina da Rua Jorge Lacerda com a Ferdinando Pradi, tradicional reduto de políticos e empresários da região. Tanto que volta e meia é lembrado carinhosamente nas páginas do colunista social do O Correio do Povo, Moa Gonçalves. “Por favor, mais uma aqui na mesa 12!”, é a frase que mais ele ouve durante os encontros mensais realizados no local.
Bruno faz jus à fama de homem laborioso, atencioso e dedicado. Pela manhã, atua como jardineiro para uns poucos privilegiados, que não abrem mão de tê-lo cuidando da grama e do jardim. À tarde, quando começa a tão aguardada jornada no bar, costuma chegar meia hora antes do combinado, lá pelas 15h30. Dependendo do movimento, pode seguir além das 22h.
Seja na copa, no balcão, ou servindo a clientela de bandeja na mão, Bruno Weiller sempre tem um sorriso aberto e cumprimenta a todos com um indefectível sotaque alemão. Reconhece que é ao atender os frequentadores “vips” da mesa 12 que surgem as notícias em primeira mão, muitas das quais, guarda para si. “Fico sabendo das fofocas dos bastidores da cidade. Se descobre tudo, de bem e de mal”, reconhece ele, com sorriso misterioso.
Casado há cinco décadas com dona Leonita, com quem teve três filhos, oficialmente aposentado desde 2005, ele não consegue parar. “Sou um cara ‘despachado’. Além de atender, gosto muito deles”, explica. E qual o segredo para ser uma unanimidade entre a clientela do Bar do Sérgio? “Falo tudo o que acho certo, com jeitinho, Não gosto de ofender ninguém”, diz.
Neto de imigrantes húngaros que colonizaram a região do Garibaldi, filho de André Weiller e Maria Mueller Weiller, Bruno foi criado na roça e não esquece dos tempos de meninice, quando ajudava a plantar e colher milho, aipim, arroz e batata, e a tratar do gado leiteiro, dos porcos e das galinhas. “Era a nossa fonte de renda”, recorda.
Conta que a familiaridade com bebidas, copos e petiscos começou quando tinha 19 anos e decidiu partir para Florianópolis. Foi trabalhar como copeiro no restaurante de outro jaraguaense, Arlindo Bortolotti. Dois anos depois, entre 1968 e 1969, foi trabalhar de copeiro no Clube Concórdia, onde conheceu a futura esposa e chegou a atuar na lavoura do sogro. O retorno a Jaraguá do Sul foi há 47 anos, quando chegou a atuar como e cobrador de ônibus e operário metalúrgico, até a aposentadoria.
“O que mais gosto de Jaraguá do Sul é o povo, que é muito trabalhador. Temos hospitais bem equipados que os empresários ajudam. Aqui, até os que vêm de fora não querem ir embora”, opina. “Poderia melhorar se colaborassem mais e não ficassem criticando. Falta ver em quem votar, em quem tem visão”, complementa Bruno Weiller.