Além de dar detalhes do planejamento do Juventus para Série B do Catarinense, a diretoria do clube falou sobre as questões extracampo que voltaram à tona no ano passado e início desta temporada.
O presidente de futebol Hudson Moura, o presidente da associação Paulo Marcelino e o advogado Marco Poffo concederam entrevista ao OCP e Avante! para falar sobre diversas situações administrativas.
Entre elas, os processos movidos por ex-jogadores, atual dívida do Moleque Travesso, possível municipalização do estádio João Marcatto, entre outros assuntos. Confira abaixo:
Alguns atletas como Bruno Dip, Luiz Paim, Reinaldo Lobo e Pedro Botelho entraram com ações contra o clube em 2022. Como estão os processos?
“Teve alguns jogadores que saíram daqui por opção própria e não quiseram negociar, mas vão ser resolvidas. O Dr. Marco ficou uma semana no clube rescindindo contrato e pagando o que foi combinado com os atletas, mas da parte deles a reciproca não foi verdadeira. A situação desses jogadores é a insatisfação interna entre eles e comissão técnica, que reflete no clube. Essas coisas são normais no futebol e ainda estão em processo”, Hudson Moura.
“Todos os acordos que o clube firmou foram honrados. O que não foi feito acordo foram aquelas ações que o jogador pediu valores absurdos e não concordamos”, Marco Poffo.
Em 2022, o Juventus tinha uma dívida de cerca de R$ 3 milhões. Como está a situação atualmente?
“Não mudou. O clube tem problemas antigos e teve esses problemas recentes que ainda não sabemos o desfecho. O período de gestão foi administrado. Muitos acham que aqui tem um pagador de contas e querem cobrar dívidas que eram de R$ 100 mil para R$ 2 milhões. O nosso corpo jurídico vai discutir e ver a melhor forma de resolver”, Hudson Moura.
Como está a questão de parte do estádio que foi a leilão?
“Estamos acompanhando o processo. Quando houve o leilão, sequer poderia ter ido a leilão na época, porque é um procedimento de tombamento e terá que ser investigado o motivo das escrituras não estarem como registro naquele momento. As pessoas envolvidas no período lá atrás vão ter que dar explicações e isso foi levado para o processo. Essas matrículas em especifico há uma obscuridade daquele procedimento na época, tanto é que não houve a integração de posse. O clube já fez as notificações e encaminhou a informação à Secretaria de Esportes. Em tese, aquele patrimônio não poderia ter sido alienado”, Marco Poffo.
E sobre a possível municipalização do João Marcatto?
“Tem que deixar claro que esse é um problema que não é nosso e não foi criado por nós. Isso surgiu em 2013, 2014 e ninguém resolveu. Esse é um procedimento que está travado e quem responde não é o Juventus. O clube não tem mais o que fazer. É um trâmite ilegal e tem que ir lá ver quem está envolvido e fez o processo na época. Não omitimos a informação, mas ninguém estava aqui o que decidiram fazer há quase 10 anos”, Marco Poffo.
Como está a busca do Juventus por SAF ou investidores parceiros?
“Demos uma segurada nessa questão. Uma das razões dessa nossa união entre associação e futebol foi justamente para não dar brecha a oportunistas que querem aproveitar o atual momento do Juventus. Até 2022 brigamos por finais e hoje está na Série B, o que é normal, porque é difícil. Às vezes não encaixa, não dá certo. Negócios que eu tinha previsto, alguns quiseram se prevalecer em cima disso e outra que preferimos fazer um trabalho melhor para trazer um parceiro no futuro”, Hudson Moura.
Quais os planos para base após fim da parceria com Xoxo 10. E para o futebol feminino?
“Vou trazer como parâmetro a Série B. Independente de parceiro ou não, vamos jogar. A base é a mesma coisa. Eu tinha uma situação apalavrada com o Xoxo e por questões próprias ele achou que não deveria continuar. Mas independente disso a base vai acontecer. O projeto do futebol feminino também não queremos parar. É um bom caminho para fomentar o clube”, Hudson Moura.
A parceria entre Hudson e Juventus permanece normalmente?
“Existem as discordâncias e os momentos principais que se entram num consenso para chegar num objetivo comum. A minha preocupação é colocar o Juventus num patamar bacana. Tenho uma casa na cidade, não vou me mudar. Alguns momentos não estarei presente por outros compromissos, então preciso delegar e dividir responsabilidade. Eu e o Paulo (presidente da associação) chegamos num consenso de que deveríamos unir forças nesse momento difícil para trazer o principal patrimônio de volta ao clube, que é o torcedor. Tem um documento que preza a parceria e temos que fazer cumprir o que está no papel. Hoje não mudou nada e continua normal”, Hudson Moura.
“Se estivéssemos essa condução lá no começo as coisas poderiam estar diferentes, mas é o futebol e nem sempre vamos acertar. O erro é importante para refletir sobre isso e desde o término da Série D planejamos muito. O caminho é reorganizar o clube e vamos trabalhar em conjunto para voltar à Série A”, Paulo Marcelino.