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Polícia suspeita que assassino matou a companheira e cometeu suicídio sob o efeito de drogas

Foto Fábio Junkes/Reprodução

Por: Claudio Costa

28/09/2018 - 08:09 - Atualizada em: 28/09/2018 - 09:26

Jaraguá do Sul registrou o segundo feminicídio de 2018 na noite desta quarta-feira (26). Luciane Ribeiro, de 26 anos, foi morta com um tiro na cabeça pelo companheiro Evandro Valderi Vitor de Souza, conhecido pelo apelido de Play Beti, 38. Souza se matou logo após o acorrido.

Agora, a Polícia Civil busca entender qual foi a motivação do assassinato seguido de suicídio. O principal suspeito de cometer o crime estava cumprindo pena no Presídio Regional de Jaraguá do Sul e havia sido beneficiado com uma saída temporária na segunda-feira (24).

O delegado Luís Carlos Gross, que fez o flagrante do feminicídio, acredita que Souza tenha usado drogas e perdido totalmente a noção da realidade. Testemunhas afirmaram que ele havia saído tranquilamente e quando voltou horas depois começou a ter alucinações e disse que a polícia estava cercando a casa, por culpa dela.

A mãe dele, que estava no local e testemunhou as ameaças e o crime, chegou a dizer que ele atirasse nela própria. Foi quando ele partiu para cima da companheira e se trancou no quarto. Dentro do cômodo, Play Beti atirou contra a cabeça de Luciane com uma pistola calibre .380. Logo em seguida, ele se matou com um tiro.

Exames

A Polícia Civil aguarda o exame cadavérico do presidiário para saber quais drogas ele utilizou na noite do crime. O laudo depende de exames laboratoriais e está sendo confeccionado pelo Instituto Geral de Perícias.

“Nós achamos que o uso de drogas desencadeou uma discussão. Infelizmente, a mulher acabou pagando pelo desajuste social do companheiro. Há duas possibilidades: ou ele não aceitava o fim do relacionamento ou estava com ela e um sentimento de posse tomou conta dele”, destaca.

Em 2017, Luciane havia registrado um boletim de ocorrência contra o companheiro pelo crime de ameaça.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), Leandro Mioto, a vítima não representou contra o companheiro e, por isso, o caso não foi investigado pelos agentes da delegacia especializada.

“No âmbito da violência doméstica, existia apenas esse registro. Mas ele tem condenações por furto qualificado e também por tentativa de homicídio”, destaca Mioto. “Se ele não tivesse cometido o suicídio, estaria respondendo agora pelo feminicídio”, completa.

Depoimentos

Apesar do flagrante ter sido realizado pelo delegado Gross, o rodízio de tarefas da Polícia Civil acabou deixando o inquérito na mão do delegado Carlos Alberto Cilião Crippa, que também atua na Delegacia de Polícia Civil da Comarca de Jaraguá do Sul.

Após respeitarem o tempo de luto das testemunhas, os primeiros depoimentos sobre o caso devem ser tomados.

Evandro foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério Nereu Ramos. Logo depois, a capela foi limpa e o velório de Luciane começou no mesmo local por volta das 17h.

Segundo a Funerária Leier, que administra o serviço funerário na cidade, a vítima também será enterrada no mesmo cemitério por volta das 10h desta sexta-feira (28).

Chocados e sem entender o motivo da dupla tragédia, os familiares não quiseram dar mais declarações. Ela deixa três filhos e ele, cinco.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital, em inteligência artificial e pós-graduando em gestão de equipes.