PM busca diminuir violência contra a mulher com a Rede Catarina

Comandante classifica como vergonhoso o índice de crimes contra a mulher em Jaraguá do Sul | Foto: 14º BPM/Divulgação

Por: Claudio Costa

19/09/2018 - 08:09 - Atualizada em: 19/09/2018 - 08:31

O 14º Batalhão de Polícia Militar registrou uma média mensal 28 ocorrências de violência contra a mulher em Jaraguá do Sul, entre janeiro a agosto de 2018. Para buscar diminuir o número, a Rede Catarina de Proteção à Mulher começa as percorrer as ruas da cidade.

A partir desta terça-feira (18), a Patrulha Maria da Penha, composta por  dois policiais, uma mulher e um homem, passam a acompanhar as vítimas desse tipo de delito.

O lançamento do programa ocorreu no Fórum e contou com a presença de representantes do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Civil, da Prefeitura, parceiros no trabalho que será desenvolvido pela PM.

O comandante do 14º BPM, tenente-coronel Gildo Martins de Andrade Filho, conta que os dois policiais militares que fazem parte da Rede Catarina passaram por um treinamento específico para esse tipo de atendimento.

A equipe vai, inicialmente, orientar a vítima sobre qual atitude tomar diante da situação de violência que está enfrentando, como o encaminhamento da mulher para o atendimento psicológico.

“Esse programa está sendo implantado em Jaraguá do Sul para minimizar esse problema, diminuir as ocorrências, proteger, orientar e dar um basta a essas agressões cometidas pelos companheiros”, explica.

Andrade lembra que a cidade conta com índices de crimes como roubo e homicídio muito abaixo da média nacional, mas a violência dentro dos lares é alarmante.

“É um contrassenso dizer que uma cidade tão progressista quanto Jaraguá do Sul, tão inovadora, uma cidade organizada, limpa, bonita e boa para se morar tenha índices de primeiro mundo quando falamos de roubos e homicídios, porém temos índices vergonhosos e de terceiro mundo quando falamos de violência contra a mulher”, pondera.

Atenção às vítimas

Além das ocorrências atendidas pela PM, os policiais militares vão acompanhar os casos registrados na Polícia Civil.

“Nós criamos um espaço para a mulher nos procure mesmo que a situação seja bem sutil, para que isso não cresça. Nós vamos trabalhar nas ocorrências registradas, mesmo que elas não virem ação penal”, comenta Andrade.

O comandante ainda ressalta que será feito o acompanhamento da vítima após o crime, além da  fiscalização do agressor, principalmente nas medidas protetivas de urgência. Também faz parte do trabalho orientar agressor sobre as suas obrigações. Essa fiscalização será feita por policiais militares da Radiopatrulha.

A Rede Catarina foi criada pela PM de Santa Catarina em 2017 e foi implantada em outras cidades do estado, como Florianópolis e Blumenau.

A juíza da 1ª Vara Criminal de Jaraguá do Sul, Anna Finke Suszek, lembra que o aumento do número de ocorrências de violência contra a mulher exige que sejam criados programas específicos para o combate desse tipo de crime.

“A Rede Catarina traz um olhar diferenciado para a vítima e para as necessidades da vítima. A guarnição vai entrar em contato direto com a vítima e vai perguntar se as medidas protetivas estão sendo cumpridas”, finaliza.

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