Morte de criança de um ano em Corupá acende alerta para afogamentos

Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo | Foto: Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

19/11/2021 - 06:11 - Atualizada em: 19/11/2021 - 08:16

A morte do pequeno Pierry Hackbarth, de um ano e 10 meses, causou uma grande comoção na comunidade de Corupá e acende o alerta para acidentes com afogamentos. O caso aconteceu em uma residência na rua Henrique Fuck, no bairro Seminário, no dia 15 de novembro.

Henrique caiu em uma piscina acabou ficando submerso. O comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Corupá, Lauro Pinto Reck, conta que o menino foi retirado pelos pais da piscina em parada cardiorrespiratória e o avô dele fez o chamado por meio do número de emergência 193.

“O bombeiro que estava na central repassou instruções sobre a manobra de reanimação cardiopulmonar. Os parentes iniciaram os procedimentos antes da chegada da viatura no local da ocorrência”, destaca.

A guarnição continuou o trabalho para reanimar a criança e levou Henrique para a Unidade de Pronto-Atendimento de Corupá. Com o auxílio da equipe médica, eles continuaram os procedimentos por cerca de uma hora e dez minutos. Porém, o quadro não foi revertido e o óbito foi constatado pelo médico da unidade.

“O bombeiro está preparado para essas situações, mas a morte de uma criança afeta muito o socorrista. Eles se empenharam muito no atendimento desse ser inocente, mas não conseguiram salvar a vida dele”, lamenta o comandante.

Com a chegada do verão, aumenta o número de ocorrências com afogamentos. Reck destaca que os cuidados dos pais ou responsáveis deve ser redobrados. O comandante comenta que as crianças nunca devem ser deixadas sem supervisão.

“No calor, é normal que as pessoas procurem piscinas, rios e cachoeiras para se refrescar. Porém, se você ficar alguns segundos sem observar a criança, ela pode sumir. A atenção deve ser sempre redobrada, porque a gente sabe que ocorrem muitos acidentes graves envolvendo as crianças nesta época do ano”, alerta.

Principal causa de morte

De acordo com a ONG Criança Segura, com base em dados do Ministério da Saúde, os afogamentos são a principal causa de morte de crianças de um a quatro anos. Além das piscinas, os acidentes podem acontecer em rios, nos lagos, no mar e até mesmo em banheiras e baldes.

O afogamento normalmente ocorre de maneira rápida e silenciosa. Pode acontecer em um breve momento em que a criança encontra-se sem supervisão. Em apenas dois minutos submersa, a criança perde a consciência. Após quatro minutos, danos irreversíveis ao cérebro podem ocorrer.

Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças com até quatro anos de idade ainda não têm força suficiente para se levantarem sozinhas e nem mesmo capacidade de reagir rapidamente em uma situação de risco. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar até mesmo em recipientes com apenas 2,5 centímetros de água.

Dicas de prevenção a afogamentos:

Geral

  • Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo todo;
  • Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso;
  • O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento;
  • Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência sempre visível. O telefone do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é o 192; Corpo de Bombeiros: 193;
  • Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que acham que sabem nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;
  • Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também;
  • Fique atento! Crianças pequenas podem se afogar em qualquer recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio;
  • Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar.

Piscina

  • Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e portões com cadeados ou trava de segurança. Atenção! Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes;
  • Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água.

Águas naturais

  • Tenha certeza que as crianças estão em áreas seguras de rios, lagos, praias e represas;
  • Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

Ambiente doméstico

  • Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;
  • Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora e mantenha a tampa do vaso sanitário baixada, se possível, lacrada com um dispositivo de segurança;
  • Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.

Fonte: ONG Criança Segura