É fake! Cuidado com estas notícias falsas que estão rodando pelas redes sociais em Jaraguá e região

Por: OCP News Jaraguá do Sul

27/09/2017 - 11:09 - Atualizada em: 28/09/2017 - 10:28

Diante da infinidade de imagens que recebemos diariamente pelas redes sociais e e-mails, entupindo celulares e computadores, fica muito difícil filtrar o que é verdadeiro e o que é falso. E nesta corrente frenética de repassar figurinhas bonitinhas, orações fervorosas, fotos sensuais ou cenas engraçadas, corremos o risco de propagar informações inverídicas. A maioria das situações passa despercebida, mas é justamente quando mexemos com situações delicadas e que envolvem as vidas de outras pessoas que acende o alerta.

Duas situações registradas nesta segunda-feira (25) chamam atenção justamente para este risco de divulgar mensagens mentirosas como se fossem verdadeiras, o que reforça aquela tese de que uma mentira repetida muitas vezes acaba se tornando real. Nas duas situações, verdade e mentira se misturaram de forma perigosa. Um terceiro caso, também recente, reforça esta distorção.

Confira os casos levantados pelo OCP e descubra o que é verdade e o que é mentira:

PEDÓFILO NO SUPERMERCADO

Um vídeo mostrando um caso de abuso sexual de um homem contra uma menininha ocorrido em um supermercado começou a percorrer grupos de Whatsapp nesta segunda-feira (25). Na detalhada mensagem que acompanha o vídeo está escrito que o caso ocorreu no supermercado Zaffari. Não há informações sobre em que cidade o fato ocorreu, mas a rede Zaffari atua prioritariamente no Rio Grande do Sul.

Porém, em um momento, algum elo da enorme corrente que se formou sobre o assunto foi alterado, e o nome de uma rede de supermercados que atua em Santa Catarina e no Paraná, e que não tem nada a ver com o Zaffari, foi colocado. Alguns internautas chegaram a comentar que o caso poderia ter acontecido em uma unidade da rede em Jaraguá do Sul. E a dúvida se instalou: afinal, o que é verdade e o que é mentira no caso do pedófilo do supermercado?

A ocorrência, na verdade, foi registrada na noite de sábado (23) em um hipermercado Zaffari de Porto Alegre. Segundo o relato, que é verdadeiro, o homem se aproximou da menininha J. no momento em que ela se afastou da mãe, a levou para trás de uma pilha de caixas e colocou a mão dentro da calcinha dela. O abuso foi flagrado pelas câmeras de segurança do estabelecimento e o autor, preso momentos depois, foi identificado como Juarez Gomes Flores, 62 anos. Ele foi preso e teve a prisão preventiva decretada nesta segunda (25). O caso, por envolver uma criança, correrá agora em segredo de Justiça e o processo aguarda agora manifestação do MP.

Em seu despacho, o juiz Felipe Keunecke de Oliveira, do Serviço de Plantão do Fórum Central do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul, justificou a prisão destacando que “trata-se, em tese, de estupro de vulnerável, eis que a vítima é criança, o que torna o fato ainda mais grave, cometido em local público, o que demonstra uma grande audácia do flagrado, o qual pelo vídeo juntado ao presente expediente, fica demonstrado com clareza meridiana, a autoria delitiva. Assim, trata-se de fato grave, que nitidamente, ofende a paz social e ordem pública. Ante o exposto, converto a presente prisão em flagrante de JUAREZ GOMES FLORES, em preventiva, como garantia da ordem pública, nos termos do art.312 do CPP”.

Últimas movimentações do processo que demonstra agilidade da Justiça em investigar o caso:   

25/9/2017   CLASSE PROCESSUAL ALTERADA DE 283 PARA 283

25/9/2017   RECEBIDOS OS AUTOS

25/9/2017   RECEBIDOS OS AUTOS PRISÃO EM FLAGRANTE OU PRISÃO TEMPORÁRIA

25/9/2017   RECEBIDOS OS AUTOS VISTA AO MP

25/9/2017   CARGA MP

 

Carta aberta que foi divulgada na página do Facebook da jornalista Sheila Souza | Foto Reprodução Redes Sociais/OCP

A JORNALISTA AGREDIDA EM BRASÍLIA 

Outro caso que movimentou as redes sociais brasileiras nesta segunda-feira (25) foi o caso da jornalista Sheila Souza, 28 anos, moradora de Brasília. Abordada em uma blitz da Lei Seca, a jornalista, que segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e testemunhas, estava alcoolizada, teria discutido com os policiais e xingado a policial feminina que a atendia na abordagem.

Sheila fez um desabafo em sua rede social, onde lembrava que aprendeu na faculdade a dar sempre a versão clara dos fatos, texto que também enviou à Corregedoria da PMDF. Bastou algumas horas para que o caso tivesse uma reviravolta surpreendente. Surgiram internautas sustentando que a versão da jornalista era mentirosa, que ela desacatou os policiais e por isso foi presa. Até aí, ao que tudo indica, os fatos são verdadeiros.

As testemunhas dizem que Sheila estava descontrolada e a PM diz ter um vídeo que divulgará na hora certa. Mas o caso também tem um elemento fantasioso. Em meio às agressões verbais a Sheila, que garante não ter consumido álcool, surgiu um vídeo que mostra uma mulher batendo a cabeça em uma árvore (ou poste) para “supostamente” simular uma agressão da PM, e que os internautas diziam ser Sheila. A denúncia foi apagada do perfil da jornalista. Porém, o vídeo nada tem a ver com a ocorrência. Ele se refere a outra abordagem em blitz ocorrida no fim de semana também em Brasília, onde uma mulher, que se chama Mari, bate a cabeça no poste.

“A Polícia Militar do Distrito Federal esclarece que até o momento não recebeu nenhuma comunicação formal por meio de sua corregedoria para averiguar a história narrada pela jornalista em seu perfil no Facebook”, escreveu a corporação em nota que foi publicada no site Metrópoles.com. Segundo o texto, “ao contrário do relatado pela jornalista”, seu exame de alcoolemia foi positivo para a ingestão de álcool e ela acabou conduzida à delegacia por ter cometido crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.

Por fim, ainda que sem registro do caso na corregedoria, a PMDF afirmou no comunicado que a versão apresentada por Sheila não condiz com a realidade. “A Polícia Militar do Distrito Federal é referência quanto aos procedimentos e técnicas de abordagem e, em razão da completa falta de veracidade e de provas sobre o caso, repudiamos a postura da jornalista neste caso concreto, uma vez que não há qualquer prova que comprometa minimamente a atuação policial, além do relato pessoal, parcial, viciado e tendencioso por parte da envolvida”, conclui o texto.

AGRESSOR DA PROFESSORA DE INDAIAL NÃO FOI MORTO

No fim do mês de agosto, dias depois da enorme repercussão do caso da agressão sofrida pela professora Marcia Friggi, de Indaial, por um aluno de 15 anos, uma informação de que o rapaz havia sido executado com oito tiros passou a circular nas redes sociais.

A informação era falsa. Na realidade, o menor, atendendo à decisão judicial, foi recolhido a um centro de menores em Blumenau para cumprir medida socioeducativa de 45 dias, mas foi solto na semana passada. Segundo a Justiça, ele terá acompanhamento psicológico e pelo Conselho Tutelar.