Cortes devem gerar economia de R$ 20 milhões no orçamento da Prefeitura de Jaraguá do Sul

Reportagem de Patricia Moraes para o jornal O Correio do Povo.

Foi protocolado na tarde de terça-feira na Câmara de Vereadores, o já esperado pacote de cortes do prefeito Antídio Lunelli (PMDB). O objetivo da medida é economizar R$ 20 milhões ao ano e diminuir o déficit projetado de R$ 62 milhões até dezembro. Segundo o secretário de Administração, Argos Burgardt, há pressa na apreciação da matéria em função da situação econômica que se agrava a cada dia.

As medidas – já apresentadas aos vereadores na manhã de ontem – envolvem o fim da gratificação e do recolhimento de FGTS para os funcionários temporários, o fim da progressão funcional em função de cursos (não atingindo quem já recebe), a suspensão de novas bolsas de estudo, a diminuição dos triênios de 6% para 3%, o fim da gratificação paga atualmente aos servidores que fazem parte das equipes de estratégia de saúde da família, e a medida de maior impacto financeiro prevê mudanças no pagamento do vale-alimentação.

Pelo projeto de lei, não serão atingidos os servidores que recebem até R$ 2.000, eles continuarão recebendo R$ 22 ao dia para se alimentar. Quem recebe de R$ 2.000 a R$ 4.000 terá um corte de 60% e quem recebe acima de R$ 4.000 não terá mais direito ao vale-alimentação.

À coluna, Argos Burgardt disse que as medidas visam buscar o reequilíbrio financeiro do município e evitar que a Prefeitura atrase salários como vem acontecendo em diversas cidades e Estados do país. “Ninguém gosta de propor cortes, mas é necessário. O governo precisa ter responsabilidade para evitar que as contas públicas fiquem insustentáveis. É importante que o servidor entenda que não somos adversários. Precisamos dele para ser agente de mudança. A situação é difícil, todo mundo que acompanha as notícias sabe”, argumenta.

A expectativa é que os vereadores tratem o tema com prioridade dando agilidade na votação da matéria. Algumas medidas, como o fim do FGTS aos temporários e o corte no vale-alimentação, chegaram a ser propostas durante o governo Dieter Janssen, mas com uma oposição ferrenha na Câmara e dificuldades na própria base, o Executivo não conseguiu avançar. O entendimento entre a base de Lunelli é que o cenário hoje é mais favorável às mudanças em função do acirramento da crise, que não deixa saída que não seja a austeridade.

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