Catarinense é vítima de sequestro com pedido de resgate inédito no país

Por: OCP News Jaraguá do Sul

01/05/2017 - 18:05 - Atualizada em: 02/05/2017 - 09:15

Fotos Deic/Divulgação

A Delegacia de Investigações Criminais (Deic)/Divisão de Roubos e Antissequestro (Dras) da Polícia Civil catarinense, com apoio de policiais de São Paulo, conseguiu resgatar no fim de semana uma mulher que havia sido vítima de extorsão mediante sequestro com pedido de resgate considerado inédito no País. O resgate foi pedido em bitcoins, moeda virtual usada para transações digitais, mas com valor real, que neste caso seria em torno de R$ 115 milhões.

2017-04-30-PHOTO-00000919Suspeito detido no cativeiro onde a vítima foi mantida por mais de três dias

O delegado Anselmo Cruz, da Deic, que comandou a operação, declarou que é a primeira vez que sequestradores pedem resgate nesse tipo de moeda no Brasil. O acesso aos bitcoins se daria, segundo a polícia, pelo marido da vítima, dono de uma empresa que atua nesse ramo. “Conversei com colegas de todo o Brasil e nunca houve uma tentativa de sequestro onde fosse exigido o pagamento em moeda virtual. É uma situação inédita no Brasil. O grande objetivo era agilizar a transação, mas não foi possível”, observou o delegado. Por enquanto, apenas um sequestrador está detido, embora a polícia acredite que pelo menos seis pessoas se envolveram no crime.

Segundo a polícia, o crime ocorreu na quarta-feira da semana passando, quando a vítima, uma mulher de 32 anos, casada com um empresário, foi sequestrada na região da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, quando deixava a filha na escola. Ela foi  levada de carro para um cativeiro em São Paulo, onde foi encontrada em uma casa no bairro Cangaíba, na zona Leste. A vítima foi resgatada sem nenhum ferimento.

O delegado disse que ela também trabalha no mercado financeiro digital, do tipo bitcoins, z-cash e monero, e esse tipo de pagamento pode ser enviado para qualquer local do planeta, com grandes dificuldades para ser rastreado.

No caminho para São Paulo, o grupo fez o primeiro contato com o empresário, pedindo o resgate. Ele procurou a polícia e seguiu em negociação com os criminosos, na tentativa de atrasar o pagamento. Enquanto isso, a Deic identificou o local do cativeiro.

As investigações prosseguem para identificar os demais envolvidos. O trabalho iniciado pela Divisão de Roubos e Antissequestro da Deic e a 10ª Delegacia de Polícia contou com o apoio da Dini e das polícias civis de São Paulo e de Goiás.