Atividades abrem novas oportunidades para crianças e adolescentes

Por: OCP News Jaraguá do Sul

29/07/2017 - 14:07 - Atualizada em: 31/07/2017 - 09:02

Por Dyovana Koiwaski e Heloísa Jahn | Foto: Eduardo Montecino/OCP

Além dos limites das salas de aulas, as atividades de recreação atuam como um potente estímulo à formação de crianças e adolescentes. Nas diferentes camadas sociais, práticas esportivas, culturais e de cidadania são uma oportunidade para a descoberta de talentos e de um desenvolvimento mais saudável. Também são ferramenta social, pois ajudam a tirar as crianças das ruas e passam lições valiosas para a vida.

Em Jaraguá do Sul, projetos proporcionam esse aprendizado e mudança de comportamento aos jovens. Em muitos deles, integrantes que começaram ainda pequenos nas atividades, profissionalizaram-se ou permanecem nas entidades até hoje. Nos participantes mais recentes, o desejo é de continuar e aprender ainda mais.

Autonomia, responsabilidade, determinação e socialização são alguns dos ensinamentos transmitidos nas atividades. De acordo com a pedagoga Deise Susana de Souza, tanto do ponto de vista social como de modo geral, os projetos resultam em uma melhoria na autoestima dos alunos.

“Para a criança que tem já tem uma história de vida difícil, por exemplo, a identificação de uma habilidade faz toda a diferença. Os trabalhos sociais são extremamente importantes para o desenvolvimento, pois favorecem o convívio em sociedade e transformam o modo com que os conflitos pessoais e interpessoais são encarados”, garante a pedagoga.

Um ambiente que respeite a infância e adolescência também é essencial para as atividades. Segundo Deise, as crianças estão cada vez mais restritas a espaços institucionalizados e pequenos, com poucas opções de lazer e práticas lúdicas que auxiliam na construção de fundamentos primordiais.

Escoteiros ensinam lições que são levadas para toda a vida

O clima de cooperação é visível entre os integrantes do Grupo Escoteiro do Ar 14 Bis. Crianças, adolescentes e adultos nomeados respectivamente de lobinhos, tropa sênior, clã pioneiro e escotistas, desenvolvem valores morais e demais habilidades de uma forma diferente e descontraída.

É o caso dos irmãos Guilherme, 16 anos, e Gabriel Oliveira, 18. Ambos ingressaram nos escoteiros cerca de dez anos atrás “obrigados” pela mãe. “Fiz duas atividades e me apaixonei, não saio daqui por nada”, afirma Gabriel. Os jogos e desafios instigantes, como montar acampamentos e aprender a fazer fogueira em meio à natureza, foram os motivos da permanência dos irmãos.
“São atividades diferentes das que temos nas escolas e em casa, que ao longo do tempo, nos ajudaram a ser mais organizados, a ajudar com as tarefas domésticas e respeitar o próximo”, declara.

Pelo contato com a natureza, escoteiros aprendem valores éticos e morais, além de desenvolver aptidões | Foto Eduardo Montecino

Para o escotista Douglas Maass, o desempenho escolar dos jovens que participam dos escoteiros também é influenciado, pois incentiva o senso de responsabilidade, lealdade e trabalho em equipe. “Preparando eles para o futuro, teremos resultados ainda melhores”, destaca Maass. O ambiente onde são realizadas as atividades, geralmente em contato com a natureza, também é visto como forma de resgate da simplicidade.

Bombeiros Mirins deve voltar no ano que vem com nova proposta

O projeto Bombeiros Mirins, desenvolvido pela Corporação Voluntária do município há cerca de 20 anos, está em fase de reestruturação. De acordo com a coordenadora administrativa da entidade, Luíza Helena Rosa, a intenção é descentralizar as ações do programa e ampliar a faixa etária acolhida.

No novo modelo, as atividades aconteceriam nas três bases dos Bombeiros de Jaraguá do Sul, nos bairros Barra do Rio Cerro, Nereu Ramos e João Pessoa. “Queremos proporcionar essa oportunidade para mais pessoas. Hoje, temos mais de 400 crianças aguardando a retomada para participar”, relata.

As atividades também terão novas propostas, como o despertar do voluntariado ao invés de uma iniciação como bombeiro. Segundo Luíza, os alunos desenvolverão práticas cidadãs junto à comunidade onde estão inseridos, conforme a demanda de cada local. As aulas passam a ser no contraturno e não mais aos sábados, como vinha sendo feito.

O Bombeiros Mirins é voltado para adolescentes entre 12 e 18 anos. Para atingir as crianças, a corporação está elaborando um projeto para apresentar às séries iniciais das escolas.
“Nosso objetivo com o projeto é formar grandes cidadãos. Muitos que participaram quando jovens, ingressaram na corporação e atuam como bombeiros atualmente”, destaca a coordenadora.