As malas com roupas, vontade de ajudar e levar um pouco de esperança de dias melhores, retornaram lotadas de sentimentos quase impossíveis de explicar. Sorrisos, olhares sinceros e abraços cheios de carinho deixaram o coração apertado, mas um sentimento de gratidão por ter alcançado e superado os objetivos iniciais. Há menos de uma semana em Jaraguá do Sul, o casal Waldirene e Oziel Goetten fala sem se cansar, e sem nenhum arrependimento, dos nove meses em que moraram em solo africano e da forma que ajudaram os habitantes de lá.
Escola construída por Oziel e membros da aldeia durante os meses de estadia
Em novembro do ano passado, acompanhados da filha Kathleen, os dois embarcaram rumo à Malawi, na África. Por lá ajudaram na construção de um bloco escolar e também a levar melhorias para os moradores da aldeia Madzi. A filha retornou em janeiro deste ano, mas o casal persistiu no objetivo e retornou agora, cerca de nove meses depois, com o a sensação de ter sido peça fundamental em uma importante etapa para a comunidade local. “Foi tudo muito gratificante. É uma realidade totalmente diferente da nossa, mas foi muito bom. Se me perguntar, digo que voltaria hoje para lá”, revela a enfermeira Waldirene.
Ela conta que no tempo em que estiveram na aldeia não faltaram incentivos para superar as diferenças. “O mais difícil foi a comunicação no dia a dia. Poucos na aldeia falavam inglês, apenas a língua nativa deles, então na maioria das vezes nos comunicávamos por sinais”, explica.
https://youtu.be/_QRYPf5FQSg
Crianças do vilarejo brincam com com um tipo de pião aonde giram o brinquedo com um “chicote”
Ainda assim, o idioma não foi empecilho para que os jaraguaenses colocassem em prática o que foram dispostos a fazer: enquanto Waldirene ensina a fazer artesanato, a costurar e até mesmo a cozinhar, Oziel trabalhava na construção do bloco escolar. “Sinto-me realizado. Não é a missão cumprida, porque a missão é toda a vida, mas uma etapa concretizada e que valeu muito a pena. Demos início a uma escola, que vai dar oportunidade para que crianças estudem e sejam alguém na vida, poder mudar a vida deles através da educação. Fazer parte disso é muito gratificante”, enfatiza.
Oziel distribui cuecas para as crianças do vilarejo. Objeto não comum para eles,
que vestiram pela primeira vez uma roupa íntima.
Para a construção, Oziel contou com a ajuda de moradores da aldeia, porém tudo foi feito nos métodos artesanais, já que não há energia elétrica nem água encanada na localidade.
Para o casal, a maior recompensa foram os laços de carinho criados com os africanos e a alegria transmitida por eles. “Eles vivem com tão pouco, mas dividem tudo o que tem e você os vê sempre felizes. As crianças são muito sorridentes e sempre ficaram do nosso lado, cheios de curiosidades”, contam.
https://www.youtube.com/watch?v=NB_o8LrBJ8g&feature=youtu.be
Alguns dos momentos mais marcantes da experiência foram as crianças se divertindo com o balanço que construíram, a felicidade ao receber de presente doces, uma peça de roupa e até mesmo o dia em que fizeram hambúrgueres na aldeia. Agora, em casa, o casal se habitua ao novo antigo lar e planeja compartilhar as experiências com aqueles que contribuíram com o projeto social da Assembleia de Deus de Jaraguá do Sul.
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